A República do Ruanda reafirmou o seu compromisso de continuar a apoiar Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, tal como informou a Rádio Moçambique (RM).
A declaração foi feita esta segunda-feira (2) na comunidade de Namalala, distrito de Mocímboa da Praia, pelo comandante da força de missão ruandesa no País, major general Alex Kagame, durante a inauguração de uma escola primária construída pelo Ruanda no âmbito das acções filantrópicas do seu exército.
De acordo com Kagame, o Ruanda continuará a trabalhar em estreita colaboração com Moçambique para erradicar os grupos terroristas que operam na região. “Moçambique e Ruanda são países amigos, os nossos presidentes também são amigos, por isso é importante que sejamos amigos. Queremos assegurar que vamos continuar a fazer esforços para acabar com os terroristas”, afirmou o comandante da força de missão ruandesa.
O apoio do Ruanda a Moçambique, iniciado em 2021, inclui o envio de tropas para auxiliar as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas nas operações contra grupos armados em Cabo Delgado. Além das operações militares, as forças ruandesas têm participado em iniciativas de desenvolvimento comunitário, como a construção da escola primária de Namalala, inaugurada durante a cerimónia.
Recentemente, a província voltou a ser palco de uma nova invasão terrorista em Mocímboa da Praia, ocorrida na noite de sábado, 31 de Agosto, quando homens armados emboscaram uma patrulha das forças ruandesas, resultando numa troca de tiros que causou uma morte confirmada. Este incidente evidencia o ressurgimento da violência na região, após um período de relativa estabilidade.
Cabo Delgado enfrenta ataques terroristas há mais de sete anos, o que levou à intervenção militar de Julho de 2021, apoiada pelas forças do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), com o objectivo de libertar distritos estratégicos próximos aos projectos de gás natural. No entanto, nos primeiros meses deste ano, registaram-se novos ataques e movimentações de insurgentes, levando a um aumento das restrições de viagem para a região, impostas por entidades estrangeiras, e sublinhando a persistência da ameaça terrorista.