O crédito concedido pelos bancos à economia registou nova queda no segundo trimestre de 2024, situando-se em 4,1 mil milhões de dólares (270,1 mil milhões de meticais), segundo dados do Banco de Moçambique (BdM). Esta redução sucede à queda observada no primeiro trimestre, indicando uma tendência de diminuição do crédito disponível para a economia nacional.
De acordo com os dados estatístico publicados pelo BdM analisados este sábado (31 de Agosto), pelo DE, em Abril de 2024, o crédito à economia já tinha caído para 270,6 mil milhões de meticais, após dois meses de crescimento. Esta redução reverteu o crescimento de 0,5% registado em Março, quando o crédito totalizou 273,3 mil milhões de meticais, acima dos 271,9 mil milhões de meticais de Fevereiro. O valor de Junho de 270,1 mil milhões de meticais representa uma ligeira redução de 0,2% em comparação com Abril, reflectindo uma variação negativa de cerca de 594,7 milhões de meticais.
A distribuição do crédito por sector mostra que os particulares lideram com quase 90 mil milhões de meticais em Junho. Seguem-se os sectores dos transportes e comunicações com 25,7 mil milhões de meticais, e comércio com 23,6 mil milhões de meticais. Esta distribuição reflecte as prioridades de financiamento no mercado moçambicano.
As taxas de juro mantiveram-se como um factor influente na dinâmica do crédito. Em Abril, a taxa média de juro para novos empréstimos a empresas foi de 22,19%, enquanto para consumo e habitação foram de 24,69% e 23,16%, respectivamente. A taxa MIMO, referência para a política monetária, foi ajustada para 15,75% pelo Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique, indicando uma abordagem cautelosa para estimular o crédito e controlar a inflação.
Apesar da redução das taxas de juro de referência, o crédito à economia continua a enfrentar desafios num contexto económico, que busca equilibrar o controlo da inflação com o incentivo ao crescimento. As políticas monetárias do BdM reflectem um esforço para consolidar uma trajectória de inflação mais controlada, favorecendo um ambiente de crescimento sustentável a médio prazo.
Texto: Felisberto Ruco