Mais de 8,5 mil milhões de meticais (135 milhões de dólares) estão a ser aplicados pela Fundação da Conservação da Biodiversidade (BIOFUND) no financiamento de 74 projectos de conservação da biodiversidade no País, informou esta quinta-feira, 29 de Agosto, a Rádio Moçambique.
A informação foi partilhada por Jéssica Julaia, representante da BIOFUND, durante o seminário promovido pela Agência do Zambeze no quadro da 59.ª edição da FACIM.
Segundo o órgão, tratam-se de projectos que estão a ser desenvolvidos por mais de 60 mil pessoas, na sua maioria nas zonas tampão dos parques espalhados um pouco por todo o País. Com vista a flexibilizar a implementação dos projectos, a BIOFUND vai disponibilizar a primeira tranche dentro de dias, orçada em 6,3 mil milhões de meticais (100 milhões de dólares).
Em Julho de 2023, numa conferência denominada “ODS e os Índices ESG em Moçambique: desafios e oportunidades para as empresas e organizações nacionais”, mais especificamente no painel sobre “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável”, o director de Financiamentos Inovadores da Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), Sean Nazerali, afirmou que a biodiversidade é fundamental para o crescimento, frisando que a mesma está alinhada com o desenvolvimento das grandes cidades, pois ajuda na erradicação da pobreza.
“Defendemos a biodiversidade em todos os sentidos. Nenhum objectivo é alcançável num cenário em que há insustentabilidade do meio ambiente. Os recursos naturais (a fauna e a flora) são uma fonte de rendimento e têm grande importância, por isso, se forem degradados, não terão como crescer. Temos de melhorar o estado de conservação e investirmos na sustentabilidade”, explicou.
De acordo com o responsável, devem ser criados incentivos, através da disponibilização de crédito bancário acessível para que as empresas possam actuar no ramo ambiental, e promover práticas que ajudem na conservação dos recursos, tal como os investimentos não podem terminar no gás natural e na exploração de areias pesadas.
“Não se respira gás natural, não se come titânio. Neste sentido, há que se investir a sério na biodiversidade”, vincou.