A falta de compromisso das empresas para com as comunidades durante a exploração dos recursos naturais em Moçambique é um dos principais pontos que preocupam o Governo, pelo facto de se verificaram casos de não valorização do Conteúdo Local e fraco desenvolvimento das áreas onde os projectos estão instalados.
Neste sentido, o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, recomendou a observância rigorosa do quadro normativo de exploração, sobretudo do petróleo e gás na Área 4 da bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, norte do País.
Citado pela Rádio Moçambique, o governante referiu que as multinacionais devem garantir que os impactos decorrentes das pesquisas petrolíferas não prejudiquem as comunidades e o meio ambiente, tornando as áreas sustentáveis e com condições melhoradas.
“Recomendamos que cumpram com o estabelecido a nível nacional e internacional para conferir credibilidade aos trabalhos em andamento, olhando para as questões ambientais”, frisou.
Durante a assinatura do contrato, Carlos Zacarias afirmou que o resultado de estudos preliminares realizados na bacia sedimentar de Angoche até agora alcançados criam expectativas em relação às operações que o consórcio vai executar.
Moçambique tem as terceiras maiores reservas de gás natural em África. O País conta actualmente com três projectos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica, para o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.
O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4, em terra), tendo a petrolífera italiana um outro ‘offshore’ já praticamente em plena produção.