A taxa de juro de referência para as operações de crédito vai manter-se em 21,2% durante o mês de Setembro, pelo segundo mês consecutivo, anunciou esta sexta-feira (30) a Associação Moçambicana de Bancos (AMB). Esta decisão ocorre num contexto de estabilização das condições monetárias no País.
A chamada ‘prime rate’, que serve de base para o cálculo dos juros aplicados nos empréstimos bancários, vinha a cair desde 2018, tendo atingido um mínimo de 15,5% em Fevereiro de 2021. Contudo, a partir dessa data, a taxa inverteu a tendência e começou a subir, alcançando o valor máximo de 24,1% em Julho de 2023. Nos meses subsequentes, recuou gradualmente, fixando-se em 23,5% em Janeiro de 2024, e mantendo um movimento de descida até estabilizar nos actuais 21,2% em Julho.
Este valor é influenciado pela taxa de juro de política monetária, conhecida como taxa MIMO, definida pelo Banco de Moçambique (BdM). Em 31 de Julho, o Comité de Política Monetária (CPMO) do banco central decidiu baixar a taxa MIMO de 15% para 14,25%, justificando a decisão com a expectativa de que a inflação se mantenha em um dígito a médio prazo.
A ‘prime rate’ foi criada em 2017, através de um acordo entre o BdM e a AMB, com o propósito de unificar as taxas de referência para as operações de crédito, eliminando a multiplicidade de taxas no mercado. Desde então, é revista mensalmente com base nas condições económicas e monetárias prevalecentes.
Segundo a AMB, a manutenção da taxa em 21,2% visa proporcionar estabilidade e previsibilidade nas operações de crédito, num momento em que as projecções da inflação permanecem controladas, apesar das incertezas no cenário económico global.