Organizar a vida financeira é um desafio, especialmente quando existe uma forte cultura de não falar sobre dinheiro. O problema é que existem muitos vícios que atrapalham (e muito) as suas finanças. Porém, se não conversa acerca do assunto, pode não perceber que os comete ou que sejam mesmo prejudiciais.
O vício é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença de impactos físicos e psicoemocionais. Pode ter uma componente genética, algum tipo de predisposição hereditária, mas é algo essencialmente comportamental.
Eis alguns vícios financeiros que atrapalham a sua vida:
Gastar sem fazer um orçamento
Um vício que atrapalha muito a vida financeira é não se planear. Ou seja, o dinheiro entra e apenas é gasto, sem muita organização. Fazer o orçamento é essencial, pois permite que aloque a sua verba da forma que precisa. Por exemplo, uma das melhores formas de se organizar é dividida no modelo 50/30/20. Ou seja, 50% dos seus gastos são os essenciais, 30% é para estilo de vida e 20% é para os seus objectivos financeiros, como quitar as dívidas. É claro que pode adaptar este modelo à sua realidade, mas o importante é fazer o orçamento e segui-lo.
Não anotar todos os gastos
Este vício tem ligação com o anterior, e o motivo pelo qual atrapalha é muito simples: como vai organizar-se se não sabe onde gastou? Este é um hábito muito positivo e muito simples. Por exemplo, sabe o quanto gasta por mês com o lanche da tarde? Seja no caderno, caderneta, planilha ou aplicativo, é essencial que encontre uma forma simples e prática para ter o seu controlo financeiro.
Gastar dinheiro porque está na carteira
Outro vício problemático é gastar o dinheiro simplesmente porque está na carteira. Afinal, já está lá, então, porque não usar? O problema é que acaba por perder o controlo deste dinheiro e consome muito mais do que imagina. O ideal é andar apenas com o necessário na carteira e utilizar somente quando for preciso, ou não andar com dinheiro nenhum e recorrer ao cartão de débito quando precisar.
Parcelar tudo
Um vício que pode destruir a sua vida financeira é parcelar tudo que deseja comprar. Quem não cria os seus próprios objectivos está cada dia mais exposto à compra por impulso e, de facto, grande parte das compras parceladas acontece na base da empolgação, sustentada em algo que originalmente não fazia parte do planeamento. É aquele par de sapatos que viu enquanto esperava por alguém no shopping.
É essencial definir metas para a sua vida financeira. Por exemplo, se gosta de comprar sapatos, então compre-os, mas só depois de definir um limite. E poupe, guarde para quando o momento chegar, colocando esse valor no seu orçamento.
Contrair dívidas desnecessárias
Milhares de pessoas tem este péssimo hábito. Antes de comprar algum bem, analise com bastante calma se realmente precisa daquilo e se o preço é compatível com o seu bolso. Fazer dívidas sem necessidade só por causa de uma promoção, por exemplo, é um dos piores vícios que devem ser evitados. Se a compra for necessária, pague sempre à vista, pois sai bem mais em conta.
Pagar contas em atraso
Muitas pessoas têm o hábito de deixar tudo para a última hora, principalmente quando o assunto são contas para pagar. O problema é que se esquecem dos juros que são cobrados que, se somados ao longo de vários anos, podem revelar um valor significativo pago desnecessariamente, que poderia ter sido investido noutras coisas. O ideal é pagar sempre as suas contas dentro do prazo.
Fazer longos financiamentos
Muitas pessoas, quando vão comprar algum bem, costumam contrair longos financiamentos, acreditando que vão pagar somente um pouco a mais do que o valor original, o que é um engano. Os juros embutidos em cada parcela podem revelar um alto valor pago sem a mínima necessidade. O problema é que quanto maior for o financiamento, maiores serão os juros cobrados. É essencial fazer as contas, analisar se o financiamento vale a pena e verificar se as parcelas cabem no seu orçamento financeiro.
Guardar demais
Poupar dinheiro é essencial para garantirmos um futuro financeiro estável, não prejudicar nosso presente e, claro, investir no mercado financeiro ou em algo que desejamos muito. Contudo, guardar demais é um erro terrível. Quem não usa nada do seu dinheiro não aproveita a vida e começa a ficar com medo de utilizá-lo até mesmo em situações necessárias ou extremas. Entenda que não precisa gastá-lo de forma desmedida, mas, em certas ocasiões, utilizá-lo para algo que lhe faça bem é essencial. Dinheiro não é algo que se deva usar de forma irresponsável, mas pode ser um meio para nos proporcionar prazer e melhorar a auto-estima.
Fonte: Box Financeiro