O Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou esta segunda-feira, 26 de Agosto, na abertura oficial da 59.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM), a importância da transformação dos recursos naturais no território nacional como forma de acrescentar o valor da cadeia de produção.
Depois da cerimónia de premiação de 11 categorias de empresas que se destacaram durante o ano em diversas áreas, o estadista explicou que “podemos afirmar que estamos preparados para a implementação do Fundo Soberano, com mecanismos transparentes de investimento e absorção de recursos, bem como uma estrutura de governação que passa pela Assembleia da República, mas temos consciência de que ainda não é tudo”. E reiterou: “permanece o desafio que consiste em o País sair da mera extracção dos recursos para a transformação industrial, desenvolvendo cadeias de alto valor na nação e na região”.
Quanto à industrialização, um dos temas focais da actual edição da FACIM, o chefe do Estado destacou estarem a ser criados mecanismos para a diversificação e industrialização da economia, onde os recursos naturais poderão dar lugar a diversos produtos nacionais após a sua transformação. “A nossa Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2015-2035 estende a nossa visão de transformação estrutural da economia, expansão e diversificação da base produtiva. O Programa Nacional Industrializar Moçambique (PRONAI) afigura-se como um dos instrumentos fundamentais da sua materialização e que segue as rotas dos nossos recursos ao processamento”.
No que concerne aos recursos minerais, Filipe Nyusi sublinhou que, neste momento, o País tem o titânio, ferro e zircão, em Pebane e Xibuto; possui a refinação do gás de cozinha em Temane, na província de Inhambane; grafite em Balama, província de Cabo Delgado; e diversas fábricas de cimento noutras regiões do território nacional.
Uso do gás doméstico da bacia do Rovuma
“Já nos antecipámos com o plano de uso de gás doméstico da bacia do Rovuma, com a implementação dos módulos em terra nos próximos anos. Com isto, teremos, desde logo, três resultados dignos: fertilizantes, combustíveis líquidos e geração de energia”, disse.
O chefe do Estado apontou ainda que este tem sido o processo de transformação “da nossa base económica, pois a nossa intenção estratégica é passar da fase secular para sermos menos exportadores de produtos primários. Temos de passar para uma fase que consiste na transformação das nossas matérias-primas, adoptando um modelo que assenta na qualidade do produto, flexibilidade logística e na qualificação dos trabalhadores nacionais”.
Transição energética
O Presidente da República afirmou, durante o seu discurso, que há uma grande oportunidade ao nível da região, no mercado global, para as empresas que procuram investir no sector energético. “Neste contexto, além dos sectores tradicionais, surgem novas oportunidades para os nossos empresários na era da transição energética, pois o nosso país apresenta grandes potencialidades neste sector”.
A FACIM está a decorrer no Centro Internacional de Feiras e Exposições de Ricatla, localizado no distrito de Marracuene, província de Maputo, e tem como tema “Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional”. Terá uma duração de sete dias (de 26 de Agosto a 1 de Setembro) e vai expor as potencialidades do País para produção e exportação, bem como promover oportunidades de negócio e de investimento nos diversos segmentos de actividade económica.
Para este ano, foram atraídos 2300 nacionais e 650 estrangeiros provenientes de 25 países de todo o mundo, distribuídos por mais de dez pavilhões e espaços livres, sendo que estão também convidados todos os sectores económicos, associações, empresas públicas e privadas.
A feira constitui uma plataforma para intercâmbio e cooperação e terá um conjunto de actividades que incluem exposições, seminários, sessões de promoção e bolsas de contacto.
Texto: Nário Sixpene