Aurora Malene, consultora e antiga directora de investimentos na Gapi, apelou a uma reformulação urgente na abordagem ao financiamento de jovens recém-formados em Moçambique.
Durante um seminário sobre digitalização e microfinanças realizado em Maputo nesta quinta-feira (22), a antiga directora na Gapi destacou que o sistema financeiro do País falha frequentemente em proporcionar as oportunidades necessárias para que jovens empreendedores transformem as suas ideias em negócios viáveis.
“A inclusão financeira e a inovação surgem geralmente da juventude, em especial daqueles recém-formados que trazem novas ideias e abordagens criativas”, afirmou, sublinhando ainda a importância de uma agenda governamental robusta que assegure o suporte necessário às instituições financeiras de desenvolvimento para fomentar o empreendedorismo jovem.
A consultora defendeu que a falta de financiamento não só desperdiça talento, mas também prejudica a economia nacional e propôs que as instituições financeiras se tornem catalisadores de oportunidades para os jovens, em vez de se limitarem a modelos tradicionais que, frequentemente, os excluem. “Precisamos que o Governo estabeleça fundos apropriados para financiar intervenções cruciais ao desenvolvimento económico”, enfatizou.
Além disso, Malene sugeriu que Moçambique se inspire em exemplos internacionais, como o Ruanda, que alcançou um progresso significativo através do apoio estruturado aos jovens empreendedores. “Moçambique deve fazer o mesmo”, concluiu.
O seminário, promovido pela Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), em parceria com a New Faces New Voices (NFNV), a Associação Moçambicana de Operadores de Microfinanças (AMOMIF) e a Gapi, reuniu especialistas e actores do sector financeiro para debater estratégias de desenvolvimento inclusivo.
Os contributos de Aurora Malene e outros participantes reforçaram a importância de criar parcerias eficazes e repensar políticas públicas que realmente empoderem a juventude moçambicana.
Texto: Felisberto Ruco