O vice-presidente da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês) para o Médio Oriente e África, Sérgio Pimenta, anunciou nesta terça-feira, 20 de Agosto, um aumento do financiamento para Angola de, pelo menos, 200 milhões de dólares (184,8 milhões de euros) para alavancar o sector privado.
Sérgio Pimenta falava à imprensa em Luanda, no âmbito da mesa-redonda sobre as Parcerias Público-Privadas (PPP) no Caminho do Desenvolvimento Socioeconómico Sustentável.
“Nós temos a ambição este ano – o nosso ano fiscal começou agora em Julho e termina em Junho de 2025 – de fazer muito mais. Eu creio que podemos fazer, pelo mínimo, 200 milhões de dólares, mas acho que poderíamos fazer muito mais, temos essa capacidade, as oportunidades estão cá e acho que podemos trazer valor a este país, para ajudar a desenvolver-se, alavancando a eficácia que o sector privado pode trazer”, referiu.
Sérgio Pimenta realçou que o IFC financia o sector privado, fazendo empréstimos, garantias e investimentos em capital, sendo as operações maioritariamente a longo prazo.
Segundo o responsável, desde a abertura, em 2019, do escritório da IFC foram mobilizados mais de 500 milhões de dólares (462 milhões de euros) para Angola, tanto em termos de investimentos de curto como de longo prazo, para apoiar operações de comércio internacional, que são importantes para o país.
Sérgio Pimenta sublinhou ainda que um dos objectivos da sua visita a Angola é trabalhar com a equipa local para analisar as possibilidades de aumentar o financiamento.
De acordo com o vice-presidente, este compromisso da IFC e do Banco Mundial com Angola reflecte-se na sua colaboração com o Governo angolano para apoiar o desenvolvimento de uma sólida carteira de projectos de PPP em sectores prioritários.
“Em Angola, vemos boas oportunidades para apoiar os sectores da saúde, da energia, dos transportes e das comunicações. Estes são fundamentais para o crescimento económico sustentável e inclusivo do país, com potencial para criar emprego e aumentar a produtividade de outros sectores, assegurando simultaneamente a prestação de serviços públicos essenciais para o desenvolvimento social”, rematou.
Com uma previsão de crescimento económico de 4,3% em 2025, após a recuperação económica em 2023, Pimenta considerou que uma menor dependência da indústria petrolífera “ajudaria a impulsionar o crescimento económico, criar bons empregos e melhorar as condições de vida”.
“No campo da diversificação económica existem boas perspectivas. O Governo pode e está a focar-se mais na agricultura, pescas, indústria e produção de energia renovável em todo o país, bem como em serviços digitais para construir uma economia mais resiliente e diversificada”, frisou.
O responsável defendeu a necessidade de “um investimento significativo por parte do sector privado, associado a um forte empenho político e ao apoio dos parceiros internacionais de desenvolvimento”, considerando ainda que as PPP constituem uma das vias a seguir, para ultrapassar um dos principais desafios de África, que são a falta de infra-estruturas adequadas e dos serviços que delas dependem.
Fonte: Lusa