O Maláui recebeu um pagamento de seguro no valor de 11,2 milhões de dólares devido a uma devastadora seca ligada ao fenómeno climático El Niño que levou o país a declarar o estado de calamidade em Março.
Segundo o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), o pagamento foi entregue este mês ao país.
O montante resulta de uma garantia de seguro contra a seca através do banco e do Grupo Africano de Capacidade de Risco, uma agência da União Africana.
Os fundos recebidos destinam-se a garantir assistência alimentar a cerca de 235 mil famílias em algumas das regiões mais afectadas do Maláui e também ajudarão com pagamentos directos de assistência a mais de 100 mil famílias, detalhou o BAD.
O Presidente do Maláui, Lazarus Chakwera, afirmou que o pagamento era “uma tábua de salvação” para as populações vulneráveis.
A nação africana, que faz fronteira com Moçambique e que já é um dos países mais pobres do mundo, viu o seu abastecimento alimentar arruinado pela seca, atribuída ao El Niño, que durou um ano e terminou em Junho passado.
O país declarou o estado de emergência em Março e a existência de uma crise alimentar em 23 dos seus 28 distritos.
As colheitas falharam em toda a região depois de o El Niño ter provocado uma precipitação abaixo da média entre Novembro e Abril.
Dezenas de milhões de pessoas dependem da agricultura de pequena escala para se alimentarem e ganharem a vida em toda a África Austral.
Na cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), realizada este fim-de-semana no Zimbabué, foi anunciado que cerca de 17% da população da região – aproximadamente 68 milhões de pessoas – necessitam de ajuda devido à seca.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) afirmou que os primeiros três meses deste ano trouxeram a seca mais grave à África Austral em mais de 100 anos.
A Zâmbia e o Zimbabué também declararam o estado de calamidade e pediram ajuda internacional, e Moçambique, a Zâmbia e o Zimbabué deverão receber pagamentos de seguros contra a seca até Setembro, segundo o BAD.
No entanto, é provável que os pagamentos que vão receber não sejam suficientes.
O Zimbabué receberá 31,8 milhões de dólares, segundo a instituição financeira, quando em Maio o Governo de Harare pediu 430 milhões de dólares de ajuda humanitária.
Fonte: Lusa