O administrador executivo da empresa Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM), Joaquim Zucule, informou na quarta-feira, 14 de Agosto, que a empresa investiu, nos últimos quatro anos, cerca de 58,8 mil milhões de meticais (930,5 milhões de dólares).
Intervindo na 15.ª edição do Economic Briefing da Confederação das Associações Económicas (CTA), o responsável informou que, nos quatro anos, a CFM investiu 16,5 mil milhões de meticais (262,1 milhões de dólares) nas linhas férreas e 14,1 mil milhões (223,4 milhões de dólares) em material circulante (locomotivas e vagões). “No total foram gastos 30,6 mil milhões de meticais (485,5 milhões de dólares) no sector ferroviário”, sublinhou
“Fizemos também investimentos em infra-estruturas na ordem dos 23 mil milhões de meticais (364,8 milhões de dólares) e 3,8 mil milhões de meticais (60,2 milhões de dólares) na dragagem e equipamentos, o que totaliza 26,8 mil milhões de meticais (425 milhões de dólares) no sector portuário”, explicou Joaquim Zucule, acrescentando ainda que a empresa investiu 1,2 mil milhões de meticais (20 milhões de dólares) na área formação e tecnologia de informação.
Falando dos desafios da CFM, o responsável apontou para a consolidação dos sistemas de gestão integrada das operações ferroportuárias, para os acordos de nível de serviço (SLA – Service Level Agreement) entre os operadores, a modernização de sistemas de sinalização e comunicações, a implementação de comboios directos (Running trough) de e para a África do Sul, Zimbabué e Essuatíni e o alinhamento e optimização estratégica do Porto Seco em Ressano Garcia.
“Temos ainda a finalização dos acordos com o Zimbabué para a reabilitação de infra-estruturas e implementação de comboios directos, o aumento da capacidade do terminal de combustíveis do Porto da Beira, a intensificação do marketing conjunto (Porto e Ferrovia), junto do Maláui, para o aumento de volumes, e o aumento da capacidade de armazenagem do Porto de Nacala para a carga em trânsito e desenvolvimento de parcerias para o conteúdo local na logística de gás natural”, disse.
Em Julho deste ano, o DE informou que apesar das adversidades climáticas enfrentadas em 2023, a empresa registou lucros na ordem dos 46,6 milhões de dólares (2,9 mil milhões de meticais), um crescimento de 26%, se comparado com os 35,6 milhões de dólares (2,3 mil milhões de meticais) contabilizados em 2022.
“O desempenho económico-financeiro respeitante ao exercício económico de 2023 foi positivo, não obstante as intempéries, em particular a passagem do ciclone Freddy que assolou com grande intensidade a zona centro do País, tendo impactado negativamente o transporte ferroviário e o manuseamento portuário de mercadorias e passageiros”, avançou a entidade no seu relatório e contas.