A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) registou uma valorização significativa de 17,17% no preço das suas acções durante o primeiro semestre de 2024, destacando-se positivamente em comparação com o mesmo período de 2023.
Segundo o relatório semestral da HCB, consultado pelo Diário Económico esta quinta-feira (15), em Janeiro de 2024, o preço das acções era de 2,33 meticais, subindo para 2,73 meticais em Junho. No primeiro semestre de 2023, o preço das acções era de 1,90 meticais em Janeiro, subindo para 2,31 meticais em Junho, representando um crescimento de apenas 21,6%. “Estes números sublinham a melhoria expressiva no desempenho das acções da HCB em 2024”, destaca o documento.
A valorização é atribuída ao “robusto desempenho financeiro da empresa e à confiança contínua dos investidores”. O relatório destaca ainda o pagamento de dividendos em Maio, referentes ao exercício económico de 2023, no valor de 0,27 meticais por acção, representando um crescimento de 73,1% em relação ao ano anterior. Este pagamento equivale a um dividend payout (distribuição de dividendos) de 55%, superando em 30 pontos percentuais o estabelecido pelos estatutos da sociedade.
Apesar de uma redução de 81,5% no volume de acções transaccionadas durante o período em análise, totalizando 840 386 acções, o preço das acções manteve uma trajectória ascendente. “Este comportamento reflete a confiança do mercado nas perspectivas futuras da HCB”, explica o relatório.
O gráfico de evolução do preço das acções da HCB, cobrindo o período desde Agosto de 2019 até Junho de 2024, ilustra variações consideráveis ao longo do tempo. Após um pico de 10,47 meticais em Outubro de 2019 e subsequentes flutuações, o preço estabilizou-se, registando um crescimento constante até ao recente aumento em 2024.
Em 2019, a HCB lançou uma oferta pública de venda (OPV) de 686 887 315 acções, representando 2,5% do seu capital social, com cada acção avaliada em 1 metical. O Banco Comercial e de Investimentos e o Banco BIG Moçambique foram os intermediários financeiros e coordenadores globais da operação.
As acções foram divididas em quatro segmentos. O segmento A destinou-se aos trabalhadores da HCB, com um mínimo de 100 acções e um máximo de 15 mil acções por investidor. O segmento B foi direccionado a pequenos investidores nacionais singulares, com um mínimo de 20 acções e um máximo de 7 mil acções por investidor. O segmento C destinou-se a investidores nacionais singulares, com um mínimo de mil acções e um máximo limitado ao número de acções em oferta, tendo uma garantia de subscrição de até 2 milhões de acções por investidor. Por fim, o segmento D foi voltado para investidores nacionais colectivos, com um mínimo de 20 mil acções e um máximo também limitado ao número de acções em oferta, com uma garantia de subscrição de até 2 milhões de acções por investidor.
A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) é a empresa do complexo hidroeléctrico de Cahora Bassa desde 1975. Produz, transporta e comercializa energia eléctrica para Moçambique, África do Sul, Zimbabué e Bolsa de Energia da Região Austral de África (SAPP).
O Estado detém 90% do capital social da HCB, enquanto a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) possui 7,5% e a Electricidade de Moçambique (EDM) tem 2,5%.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros de largura, ocupando 2700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.
Texto: Felisberto Ruco