O projecto Nhluvuko, uma iniciativa subsidiada pela Mozal e gerida pela instituição financeira Gapi, financiou, em menos de seis meses, 17 microempresas de jovens com um montante de 3,9 milhões de meticais. Segundo um comunicado tornado público esta segunda-feira, 12 de Agosto, os financiamentos foram concedidos após um trabalho de formação e assistência à formalização e gestão em negócios que abrangeu 82 candidatos eleitos de uma lista de cerca de três mil inscritos.
Edwina Ferro, coordenadora central do Nhluvuko, que partilhou os dados, esclareceu que o lançamento do projecto ocorreu em Setembro de 2023, “mas antes de se iniciarem os financiamentos foi feito um trabalho meticuloso de informação que abrangeu mais de 15 bairros dos distritos de Boane e Matola, tendo essa divulgação sido feita com o envolvimento das autoridades locais. Têm sido muitas horas de trabalho paciente no terreno”.
A metodologia adoptada para a implementação do projecto faz parte do acordo aprovado pelas direcções da Mozal e da Gapi com base na experiência que a instituição financeira tem desenvolvido ao longo de três décadas. “Para promovermos jovens como empresários, é indispensável um trabalho de identificação dos que têm mentalidade empreendedora e capacidade de persistência. Essas valências individuais são complementadas por conhecimentos em gestão e assistência na formalização dos projectos que comprovem a viabilidade técnica e financeira dos negócios que se candidatam a financiamento”, disse a responsável.
“Preferimos dizer que, por enquanto, são apenas 17 novos negócios. Ainda estamos no início. Mesmo assim, são iniciativas que, com profissionalismo, estamos a apoiar para serem investimentos sustentáveis de empresas de jovens, geradoras de uma centena de postos de trabalho. E, em menos de seis meses, fazer surgir e crescer essa dúzia e meia de novas empresas, com apenas 3,9 milhões de meticais, é mais importante e honesto do que as propagandas que circulam de muitos milhões em dinheiro, beneficiando ou distribuídos a milhares de jovens com pouco conhecimento ou preparação para gerir este tipo de recursos. Como gestora na Gapi, sei que a nossa instituição não entra, nem aceita participar nesse tipo de actividades, embora saibamos que esta tem sido a tendência”, acrescentou.
Edwina Ferro assegurou que após o trabalho preparatório já realizado, incluindo a instalação e operacionalização de canais digitais de comunicação, formação e mesmo de processamento de dossiers de financiamento, o ritmo de envolvimento de mais jovens vai poder ser acelerado. “Embora já tenhamos alcançado bons resultados no que respeita ao envolvimento de mulheres jovens, pois já ronda os 30%, acredito que ainda podemos melhorar esta componente de inclusão e equidade do género”, disse.
Em resposta a uma questão sobre “qual a principal lição a tirar do projecto”, a responsável pela iniciativa comentou: “a parceria entre a Mozal e a Gapi é um exemplo de responsabilidade social sustentável para megaprojectos. A chamada responsabilidade social não pode ser feita através de actividades assistencialistas, sem sustentabilidade. Infelizmente, alguns gestores de grandes empresas, diferentemente da Mozal, ainda não assumiram ou não compreenderam que devem e podem obter resultados mais duradouros com os recursos que dedicam à responsabilidade social corporativa”.