Se acha que Espanha se resume a touradas, sol e festas de praia até de madrugada, prepare-se: há todo um país a descobrir para lá do horizonte dos estereótipos. Parte dele está entre Santander e Bilbao, forjado por um Atlântico Norte que surpreende a cada esquina, pela história, natureza costeira e engenho industrial e arquitectónico.
Santander, capital da comunidade nortenha da Cantábria, é o nosso ponto de partida. O Palácio de Magdalena, incrustado na emblemática península com o mesmo nome, é daqueles locais icónicos para qualquer visitante – e com razão. A vista para o mar é deslumbrante e é um exemplo notável da arquitectura do início do século XX. Depois, o Paseo de Pereda, um calçadão à beira-mar repleto de cafés e lojas, vai garantir tempo bem passado, sem stress, a apreciar a paisagem e a atmosfera local.
Em Santander encontramos o Centro Botín, um moderno centro de arte e cultura, ponto de encontro com exposições contemporâneas e onde há belas vistas panorâmicas para a baía. Na altura certa do ano, as praias locais também são uma atracção imperdível. Sugestão: a Playa del Sardinero, perfeita para um mergulho ou banhos de sol. Na capital da Cantábria, a gastronomia local inclui um “cocido montañés” (ensopado de montanha) e frutos do mar frescos, sendo que não faltam bons vinhos regionais para acompanhar.
Rumo a Laredo
Saindo de Santander rumo a nascente, encontramos Laredo, que há quem considere ser uma das mais belas cidades costeiras da região. No caminho, vale a pena parar em Santoña, conhecida pelas conservas de anchovas. Algumas fábricas são bastante hospitaleiras e recebem visitantes, oferecendo uma oportunidade única de conhecer o processo de fabrico e provar o resultado.
Ao chegar a Laredo, há que explorar a cidade velha. Ruas estreitas, casas históricas. A Playa de la Salvé é um ponto obrigatório, com uma extensa faixa de areia dourada ideal para relaxar. Na última sexta-feira de Agosto, há a “batalha das flores”, com um desfile de carros alegóricos enfeitados com flores naturais. Para jantar, há que encomendar uma “marmita de bonito” (guisado de atum) e vinhos locais, num dos restaurantes à beira-mar.
Seguir a Castro Urdiales
Continuando a viagem, Noja oferece praias tranquilas e paisagens naturais. E encontramos Castro Urdiales, uma cidade com uma rica herança histórica. As atracções são a Igreja de Santa María, exemplar da arquitectura gótica, e o castelo-farol de Santa Ana.
Nos restaurantes locais vale a pena experimentar pratos como “rabada” (rabo de boi) e o tradicional “pastel de cabracho” (bolo de peixe), acompanhado por vinhos locais.
Bilbao está perto, mas, antes de lá chegar e já na comunidade autónoma do País Basco, vale a pena conhecer Portugalete e a Ponte de Vizcaya, Património Mundial da UNESCO. Esta é uma ponte diferente: foi construída por privados no final do século XIX, o tabuleiro está lá no alto, como um prédio de 15 andares, e serve de carril para uma barcaça suspensa que une os dois lados da ria de Bilbao. Uma maravilha que serve de aperitivo para o engenho na cidade em que estamos prestes a entrar.
Em Bilbao, é “obrigatório” visitar o icónico Museu Guggenheim. Mesmo quem prefira outras diversões, não dará o tempo por mal empregue ao conhecer um marco da arquitectura moderna. O espaço exterior, à beira do rio Nervión, é inesquecível. Lá dentro, há várias exposições de arte contemporânea.
Passear pelo Casco Viejo, o bairro antigo de Bilbao, repleto de bares de ‘pintxos’ (tapas bascas) e lojas tradicionais é outra atracção cinco estrelas.
Quando chegar a noite, há vários restaurantes de renome internacional para escolher em Bilbao, degustando pratos como “bacalao a la vizcaína” (bacalhau à moda de Biscaia) e “txangurro” (santola). Prove os vinhos de Rioja, uma das regiões vinícolas mais famosas de Espanha.
Gastronomia e vinhos
A gastronomia do norte de Espanha é rica e variada, com destaque para os frutos do mar frescos e pratos tradicionais como o “marmitako” (guisado de atum), “chipirones” (lulas) e os famosos pintxos de Bilbao. A região é também famosa pelos seus vinhos, especialmente os da Rioja, conhecidos mundialmente.
Texto: Redacção