A história do que hoje é Moçambique com os árabes remonta ao século X com a chegada de AI-Massudi. No século XV, os árabes movimentam-se no comércio de especiarias e tecidos, com a costa moçambicana a ser considerada estratégica no caminho marítimo português para a Índia. Os árabes chegaram a criar feitorias em várias províncias moçambicanas e as marcas dessa presença são visíveis ainda hoje na cultura e religião, sobretudo na zona norte do País.
Agarrado a esse laço histórico entre continentes e regiões (África, Médio Oriente e Ásia), Bassam Manana deixou o Líbano com a intenção de chegar a África e criar uma referência da culinária do seu país: “Eu sonhava em trazer a gastronomia libanesa para África porque sempre gostei do continente e queria cá estar”, contou, num sotaque que ainda denuncia as origens no estrangeiro.
O desejo de Bassam torna-se realidade quando, em Agosto de 2017, consegue abrir o restaurante Shawarma Show, em Maputo. Localizado na Avenida Armando Tivane (perto do Palácio dos Casamentos, entre as avenidas 24 de julho e a Ahmed Sekou Touré), o restaurante Shawarma Show é um autêntico pedaço do Líbano na capital moçambicana. O cheiro da casa, só por si, faz-nos viajar e atravessar a fronteira para terras árabes. O olfacto é servido por incensos, temperos e especiarias que condimentam a ementa e fazem a essência dos sabores oferecidos pela cozinha aberta, logo à entrada.
Nos pratos servidos pela casa, há carnes e legumes, do humus aos taboule, kibe, mezze, entre outros. Mas a verdadeira marca da casa, que já vem descrita no nome do restaurante, é mesmo o shawarma. Trata-se de um prato típico e famoso do Médio Oriente, feito de fatias de carne de carneiro ou frango, assada e servida em pão árabe com legumes, algumas especiarias e outros acompanhamentos à escolha. Dos shawarmas que constam do menu, o de frango é um clássico, é servido com picles, molho de alho e tahina (creme feito de sementes de gergelim).
Além da culinária libanesa, outro grande atractivo do restaurante Shawarma Show é a lista de sumos naturais, que inclui frutas locais da época, algumas raízes e ervas. Exemplos? O sumo de menta e morango, a limonada com gengibre, o sumo de abacate e vários cocktails naturais, deliciosos e saudáveis.
O Shawarma Show tem também uma sala especial de ‘shisha’ para quem gosta de fumar no narguilé, com cachimbos típicos, aromas de frutas, menta, entre outras ervas. Para os amantes do futebol, a sala deste restaurante é um verdadeiro templo: no grande ecrã no salão assiste-se à transmissão de jogos num ambiente que junta boa comida e convívio entre amigos.
Texto: Filomena Bande