Os dados finais do Censo da Pesca Artesanal e Aquacultura (CEPAA 2022), consultados esta sexta-feira (9) pelo Diário Económico (DE), indicam que a pesca artesanal em Moçambique envolve quase 400 mil pessoas e mais de 42 mil embarcações, tanto em águas interiores como marítimas, cujo relatório final foi divulgado hoje.
A operação, realizada pelo Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas e pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca e Aquacultura, em parceria com outras entidades, cobriu 1600 centros de pesca em todo o País, dos quais 889 nas águas interiores e 711 nas águas marítimas.
“Foram identificadas 397 688 pessoas envolvidas na pesca artesanal, incluindo 110 518 pescadores operando com embarcação, 164 439 pescadores exercendo a actividade sem embarcação e 122 731 profissionais noutras actividades ao longo da cadeia de valor da pesca artesanal”, detalha o relatório. Entre estes profissionais, destacam-se carpinteiros e mecânicos navais, redeiros, processadores e comerciantes de pescado. Do total de envolvidos, 24,2% são mulheres, sendo a maioria representada por aquelas que desenvolvem a actividade sem embarcação.
“O estudo também revelou a existência de 436 infra-estruturas de apoio à pesca e aquacultura, incluindo 179 carpintarias navais, 78 mercados de peixe, 77 peixarias, 39 lojas de insumos, 33 oficinas de motores navais e 30 fábricas de gelo”
“O censo registou 100 780 artes de pesca convencionais, destacando-se a arte de emalhar, que representa cerca de 61,0% do total”, aponta o documento. A província de Tete apresenta o maior número de artes convencionais no País, com cerca de 30,0% do total. Foram também registadas 42 723 embarcações, das quais 1986 motorizadas. A maioria das embarcações são canoas de tronco escavado (54,4%), concentradas nas províncias de Tete e Zambézia, seguidas de canoas do tipo moma (16,4%).
No que se refere à aquacultura, o censo identificou 21 751 operadores, dos quais 12 899 são proprietários de unidades aquícolas, empregando 8852 trabalhadores, sendo 31,8% mulheres. “A actividade aquícola é maioritariamente de subsistência (42,9%) e artesanal (46,79%), com menos de 10,1% enquadrada no semi-industrial, industrial, experimental, de investigação, treino e formação”, revela o relatório.
O CEPAA registou 11 413 unidades de produção de aquacultura, das quais 10 518 tanques. Adicionalmente, foram contabilizadas 2120 Organizações de Base Comunitária (OBC) envolvidas na pesca artesanal e aquacultura, destacando-se os grupos de Poupanças e Crédito Rotativo (1264), Conselhos Comunitários de Pesca (395), associações de aquicultores (245) e associações de pescadores (116).
O estudo também revelou a existência de 436 infra-estruturas de apoio à pesca e aquacultura, incluindo 179 carpintarias navais, 78 mercados de peixe, 77 peixarias, 39 lojas de insumos, 33 oficinas de motores navais e 30 fábricas de gelo.
Segundo o relatório final do CEPAA 2022, o levantamento abrangeu “todas as áreas territoriais das águas marítimas e do interior”, com “excepção de algumas zonas da província de Cabo Delgado, por razões de insegurança”. Pela primeira vez, o censo foi alargado ao subsector da aquacultura.
