Um grupo de investigadores do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) e da Universidade de Sevilha desenvolveu um modelo de Inteligência Artificial (IA) para a classificação das matérias-primas minerais utilizadas na produção de objectos arqueológicos de adorno pessoal da Península Ibérica.
De acordo com o site MSN, muitas investigações têm demonstrado a importância dos ornamentos pessoais no estudo dos processos de complexificação social na pré-história. No entanto, a falta de dados empíricos de qualidade sobre a imensa variedade de matérias-primas utilizadas no seu fabrico tem dificultado o desenvolvimento de modelos interpretativos fiáveis sobre as dinâmicas sociais e económicas relacionadas com o seu consumo.
O modelo foi treinado com dados composicionais e mineralógicos de milhares de contas, brincos e amuletos obtidos por técnicas de fluorescência de raios X e difracção de raios X, distribuídos por diferentes museus e centros académicos de Portugal e Espanha.
Os investigadores acreditam que o modelo vai conseguir recolher novos dados empíricos de qualidade para mapear a distribuição de matérias-primas minerais para o fabrico de objectos de adorno pessoal durante a pré-história.
O trabalho, publicado na revista PLOSONE, representa um avanço significativo na integração de técnicas informáticas no domínio da investigação arqueológica e constitui um recurso importante para o estudo da pré-história na Península Ibérica.