O Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) está a investir na transferência de tecnologia agrícola para o cultivo de batata-doce, com o objectivo de aumentar a produtividade e contribuir para a segurança alimentar no País, segundo o jornal notícias.
De acordo com a informação, neste contexto, na semana passada, a instituição formou mais de 100 agricultores do distrito de Moamba, província de Maputo, no cultivo de variedades melhoradas de batata-doce de polpa alaranjada e roxa.
Segundo o investigador do IIAM, Milton Tovele, afecto à estação agrícola do Umbelúzi, a formação teve como objectivo a divulgação de novas tecnologias e a introdução de variedades desta cultura, essencial para a segurança alimentar, especialmente nos países em desenvolvimento.
Os agricultores aprenderam os métodos correctos de produção da batata-doce, desde a escolha das vinhas (sementes), gestão do solo, irrigação e colheita até ao tratamento pós-colheita e transporte, entre outros assuntosz.
“Depois de escolhidas as vinhas, devem ser cortadas em mudas com três ou mais nós, com comprimento médio de 30 a 40 centímetros”, explicou Milton Tovele.
O investigador do IIAM disse que, por falta de conhecimento, os produtores muitas vezes plantavam três videiras na mesma cova, mas este método resultava numa competição pelos nutrientes do solo. O método correcto é colocar cada semente na sua própria cova, com 30 centímetros de distância.
No que diz respeito à irrigação, a batata-doce necessita de mais água no início do crescimento da videira e na formação da batata. No entanto, à medida que a época da colheita se aproxima, a rega pode ser retardada, pois o excesso de água compromete o sabor e aumenta a probabilidade de deterioração pós-colheita.
Milton Tovele destacou que o tubérculo não apresenta muitos problemas com pragas e doenças e tem um ciclo de produção curto em comparação com outras culturas como o milho.
“As vinhas geralmente germinam numa semana. Algumas variedades levam de 90 a 120 dias para serem colhidas, enquanto aquelas com ciclo longo podem ser colhidas do quinto ao sétimo mês. É fundamental respeitar esse tempo para manter a qualidade do produto”, frisou.
Tovele ressaltou ainda a importância da transferência de tecnologia agrícola como um passo crucial para modernizar a agricultura moçambicana e aumentar a produtividade dos pequenos agricultores.