As exportações da castanha de caju registaram uma diminuição anual de 32,6% no primeiro trimestre de 2024, fixando-se em 2,1 mil milhões de meticais (34,3 milhões de dólares), conforme revela o relatório trimestral da balança de pagamentos do Banco de Moçambique (BdM).
De acordo com o documento, esta queda significativa deve-se principalmente às condições climáticas desfavoráveis, nomeadamente a ocorrência de ciclones e chuvas intensas, que afectaram as províncias de Gaza, Inhambane, Manica e Sofala durante os meses de Dezembro (2023), Janeiro, Fevereiro e Março (2024).
A análise dos dados dos primeiros trimestres de 2022 e 2023 revela um desempenho variável das exportações da castanha de caju. No primeiro trimestre de 2022, as exportações deste produto atingiram aproximadamente 2,5 mil milhões de meticais. No mesmo período de 2023, houve um aumento significativo, com as exportações a alcançarem cerca de 3,4 mil milhões de meticais.
No entanto, o primeiro trimestre de 2024 trouxe uma inversão desta tendência positiva, com as exportações a caírem para 2,1 mil milhões de meticais, uma redução de 32,6% em comparação com o ano anterior, queda atribuída às severas condições climáticas, que prejudicaram a produção e, consequentemente, o volume exportado.
A Índia continua a ser o principal destino das exportações da castanha de caju moçambicana, juntamente com outros produtos como o gás natural, carvão mineral e legumes de vagem secos ou em grão. Em 2023, o país asiático importou bens no valor de 20,9 mil milhões de meticais, ocupando a primeira posição como principal destino das exportações de Moçambique, com um peso de 18,8% no total das exportações.
Complementando estas informações, Américo Wassiquete, director da área de investigação do Instituto de Amêndoas de Moçambique, afirmou, durante o primeiro fórum de investimentos de Niassa, realizado em 2023, que o País tinha alcançado um rendimento de 13,9 mil milhões de meticais nos últimos cinco anos com a exportação da castanha de caju.