O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou esta terça-feira, 6 de Agosto, que a “jornada para a paz” no País não terminou com a assinatura do acordo com a Renamo, há cinco anos, e que tudo depende dos Moçambicanos e do poder do diálogo.
“Hoje celebramos a paz ao assinalarmos a passagem dos cinco anos desde a assinatura do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional. A nossa jornada para a paz não terminou com a assinatura do acordo. Os Moçambicanos em todo o País e na diáspora devem continuar a trabalhar incansavelmente para tornar a paz uma realidade resiliente”, afirmou o chefe do Estado, citado pela agência Lusa.
Segundo o órgão, Filipe Nyusi acrescentou, numa mensagem colocada na sua conta oficial na rede social Facebook, que 5221 antigos combatentes da Renamo foram desmobilizados e regressaram às suas famílias e comunidades, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).
“É nosso desejo apoiar da melhor forma a sua reintegração socioeconómica para tornar a paz mais sustentável. E por isso, mais de 3540 beneficiários do DDR já estão a receber as suas pensões. O processo para a fixação das restantes continua”, avançou, aproveitando a ocasião para “felicitar o meu irmão Ossufo Momade, presidente da Renamo, e todo o seu elenco, e de forma muito prestigiada todo o povo moçambicano que acredita neste processo e tudo faz para manter a chama da paz sempre acesa”.
O processo de DDR, iniciado em 2018, abrange 5221 antigos guerrilheiros da Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em Junho de 2023, com o encerramento da base de Vandúzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.
O Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim a uma guerra de 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo. Foi assinado em Roma, entre o então Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em Maio de 2018.
Em 2013, sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só pararam com a assinatura, em 5 de Setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Afonso Dhlakama e o antigo chefe do Estado, Armando Guebuza.
Em 1 de Agosto de 2019, foi assinado, na Gorongosa, o Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares, entre o Governo e o líder da Renamo, Ossufo Momade, após anos de conversações com o histórico líder e fundador Afonso Dhlakama.
Já a 6 de Agosto de 2019, em Maputo, foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro, e que agora está a ser materializado entre o actual chefe do Estado e o presidente da Renamo.