Salim Valá, presidente da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), alertou para os impactos negativos das desigualdades sociais e da falta de oportunidades no desenvolvimento económico do País.
De acordo com informações do jornal O País, Valá destacou que a elevada proporção de população pobre, marginalmente envolvida no processo de desenvolvimento, está a travar um combate eficaz à pobreza.
“As desigualdades sociais são um dos maiores obstáculos ao progresso, aumentando diariamente”, revelou o responsável, segundo o qual, a concentração de oportunidades e recursos nas mãos de poucos impede a inclusão plena dos mais pobres, que, consequentemente, enfrentam maiores dificuldades para se integrar no circuito económico.
Salim Valá apontou este cenário como limitativo do aproveitamento do potencial produtivo da população e propôs a modernização dos sectores agrícola e pesqueiro como uma solução fundamental. “Deve-se potenciar a capacidade técnica e de gestão dos cidadãos já envolvidos no sector produtivo, para que possam produzir mais e melhor”, defendeu.
Além disso, Valá sugeriu que o sector dos recursos minerais também pode desempenhar um papel crucial no desenvolvimento, alertando, contudo, para a necessidade de abordar a pobreza nas zonas de extracção de recursos, como rubis e gás. O dirigente propôs a criação de políticas estratégicas e a melhoria da governação para garantir que os benefícios da exploração mineral sejam amplamente distribuídos.
Em relação às pequenas e médias empresas, o presidente da BVM advoga por reformas fiscais que ajustem o pagamento de impostos à capacidade produtiva de cada empresa, como forma de estimular o crescimento deste sector.
Valá ressaltou a necessidade de reformas abrangentes para enfrentar as desigualdades e promover um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável.