O terrorismo que tem assolado algumas zonas dos distritos da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, está a dificultar o cumprimento da meta governamental de electrificação rural, que consiste em iluminar todo o território nacional até 2030, informou esta segunda-feira, 22 de Julho, o portal de notícias Carta de Moçambique.
De acordo com Alexandra Links, directora geral da empresa intercontinental Engie Energy Access, que está envolvida no projecto de electrificação rural com energia solar, o terrorismo tem impedido a sua empresa de expandir os serviços para Cabo Delgado. “Estamos a operar no País desde 2019 e estamos presentes em mais de 50 distritos e em todas as províncias de Moçambique, com excepção de Cabo Delgado. Prestamos muita atenção às questões de segurança”, disse.
A responsável explicou que os outros problemas que dificultam as metas de electrificação são a dispersão da população rural, a incapacidade das comunidades rurais pagarem pelos serviços, a falta de incentivos fiscais e a limitada infra-estrutura de telecomunicações para suportar o modelo de pagamento por dinheiro móvel.

Segundo a fonte, desde 2019, a Engie Energy Access investiu mais de 1,2 mil milhões de meticais (20 milhões de dólares) em todo o País, chegando a mais de 230 mil famílias, o que corresponde a cerca de 1,2 milhão de pessoas, principalmente agricultores e pequenas empresas. A empresa emprega mais de 200 profissionais a tempo inteiro em vendas, marketing, atendimento ao cliente, diagnóstico de produtos e logística.
“A nossa visão é dar prioridade à electrificação rural e cumprir o objectivo de acesso universal à energia. Esta jornada não tem sido fácil, mas tem sido incrivelmente gratificante. Somos um actor líder no mercado solar moçambicano, fornecendo soluções energéticas acessíveis, fiáveis e sustentáveis para casas, empresas e infra-estruturas”, disse.