O Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCCOT) acusou o responsável pela maior distribuidora de açúcar no País de branqueamento de capitais, fraude fiscal, falsificação de documentos, tráfico de droga, financiamento ao terrorismo, abuso de confiança e conspiração criminosa.
De acordo com uma reportagem publicada na edição de sexta-feira, 19 de Julho, do jornal independente Mediafax, o GCCCOT acusou Ismael Hagi Noor Mahomed, proprietário da empresa Auto-Pac Limitada – que detém o monopólio da embalagem e distribuição de açúcar no mercado nacional -, de crimes de branqueamento de capitais.
Segundo o órgão de informação, Noor Mahomed é proprietário de mais três empresas que também estão a ser investigadas pelo mesmo tipo de crimes, incluindo branqueamento de capitais e tráfico de droga. “As empresas são a Lifepack Limitada e o empreendimento turístico Together in Palma lodge (ambas localizadas no distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, uma das zonas mais afectadas pelo terrorismo islâmico) e a Creative SU Limitada”, descreveu o GCCCOT.
O jornal conta que as instalações de todas as empresas foram objecto de buscas e de apreensão de material. O juiz em Maputo, Eusébio Lucas, ordenou o congelamento das contas bancárias.
Noor Mahomed faz parte de uma lista de 39 empresários que, através de 48 empresas-fantasma, e com a ajuda de funcionários aduaneiros e gestores bancários corruptos, terão falsificado documentos e simulado importações de mercadorias que, na realidade, nunca entraram no País. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que as fraudes cometidas por estas empresas lesaram o Estado em cerca de 50,5 mil milhões de meticais (800 milhões de dólares).
O Mediafax explica que Noor Mahomed não deverá ser julgado pelos seus crimes, pois ele e sua família fugiram para o Dubai.
Filipe Raposo, director executivo da DNA, admitiu estar profundamente preocupado com as acusações contra Noor Mahomed, dada a importância da Auto-Pac para a distribuição de açúcar. Uma vez que as contas bancárias da Auto-Pac estão congeladas, esta não pode cumprir as suas obrigações para com a DNA.
O responsável espera que as investigações sejam rápidas, de modo que minimizem quaisquer danos na distribuição de açúcar.