O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomendou ao Banco de Moçambique (BdM) que considere uma nova redução na taxa de juro directora do País, após já terem ocorrido três cortes ao longo deste ano. Segundo o FMI, tal medida é crucial para estimular a economia, segundo informado pela Lusa.
De acordo com o relatório mais recente do FMI, correspondente à quarta avaliação do programa de Facilidade de Crédito Alargado (ECF), a política monetária de Moçambique entrou num ciclo de flexibilização. O FMI sublinha que uma continuação dessa flexibilização é essencial para mitigar os efeitos negativos de uma política restritiva sobre o crescimento económico e a estabilidade financeira.
O relatório destaca que o País apresenta, actualmente, taxas de juro reais em torno de 12% e expectativas de inflação bem ancoradas. No entanto, o crescimento económico está abaixo do potencial, o crédito está em declínio e a consolidação fiscal continua. Deste modo, o FMI considera que o BdM tem “amplo espaço” para proceder com uma nova redução da taxa de juro directora.
Além disso, o organismo internacional sugere que a redução dos rácios de reservas obrigatórias poderia ajudar a aliviar a escassez de financiamento, proporcionando um impulso adicional à economia.

Desde o início do ano, o Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique já procedeu a três cortes na Taxa de Juro de Política Monetária (Taxa MIMO). Em Janeiro, a taxa foi reduzida de 17,25% para 16,50%, seguindo-se uma nova diminuição em Março e, mais recentemente, em Maio, para 15%. Estas decisões foram justificadas pela perspectiva de inflação a manter-se a um dígito no médio prazo.
O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, confirmou que a decisão de redução da Taxa MIMO reflecte a consolidação das perspectivas de inflação, que devem manter-se a um dígito no futuro próximo, apoiada pela estabilidade do metical e pelas medidas implementadas.
Ainda de acordo com a informação, o BdM anunciou que continuará com o processo de normalização da Taxa MIMO, mas o ritmo e a magnitude dos futuros ajustes dependerão das perspectivas de inflação e da avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções de médio prazo.
A próxima reunião do Comité de Política Monetária está agendada para 31 de Julho.