O presidente da Associação Angolana de Bancos (Abanc), Mário Nascimento, afirmou na sexta-feira (19) que o sistema bancário angolano tem realizado esforços significativos para afastar os riscos de branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, destacando os avanços obtidos nesta área. Segundo Mário Nascimento, o sector bancário tem investido em formação, modernização das infra-estruturas tecnológicas e regulamentação adequada para enfrentar estes desafios.
De acordo com a Lusa, durante o 14.º Fórum Bancário, organizado pelo semanário angolano Expansão com o tema “Sofisticação e Futuro da Banca em Angola: Novos Produtos e Serviços”, Nascimento reconheceu que a possibilidade de Angola entrar para a lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) “é muito real”. No entanto, salientou que os bancos têm cumprido as suas responsabilidades, e os riscos identificados estão mais relacionados com as contrapartes dos bancos, como instituições financeiras não bancárias, o sector imobiliário e o sector da justiça e investigação criminal.
“O sector bancário tem feito o seu trabalho e não acreditamos que possa ser pelo sector bancário que possamos entrar na lista cinzenta”, disse Mário Nascimento à margem do evento.
Actualmente, a inclusão de Angola na lista cinzenta do GAFI pode dificultar as transacções internacionais e trazer consequências económicas e financeiras significativas. Attiya Waris, uma perita independente das Nações Unidas, alertou para este risco no final de uma visita de dez dias ao País, sublinhando a importância de implementar as regras e políticas necessárias para evitar esta situação.
Mário Nascimento reiterou que as questões relacionadas com o sector bancário têm “pouca relevância” no contexto geral, sendo que os principais desafios residem na formação dos técnicos, consciencialização e procedimentos para combater o branqueamento de capitais. O presidente da Abanc também destacou a necessidade de maior assertividade e vigilância sobre operações que possam potenciar o financiamento ao terrorismo.
“O sistema bancário está a fazer a sua parte, mas há questões que dependem de entidades terceiras, incluindo o sector público e empresarial, que precisam de fornecer informações rigorosas e seguir regulamentos que possam condicionar a actuação dessas entidades junto do sector bancário”, acrescentou.
O Grupo de Acção Financeira (GAFI) é uma entidade intergovernamental que identifica países com medidas frágeis de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, colocando-os numa lista cinzenta que acarreta consequências económicas e financeiras. Angola deverá conhecer a decisão do GAFI no próximo mês de Outubro.
A Abanc mantém o compromisso de continuar a aprimorar as suas práticas e colaborar com outras entidades para garantir que Angola não entre na lista cinzenta do GAFI, assegurando um ambiente financeiro mais seguro e confiável.