Denise Cruz ingressou no Absa Bank Moçambique (então Barclays) em 2009 como gestora de projectos. Com mais de 15 anos de experiência no sector bancário, acumulou uma vasta experiência na gestão e entrega de projectos críticos, operações e processos, além da gestão de recursos humanos, vendas e gestão operacional da rede de balcões, relações com clientes, análise de informação de gestão e implementação do conceito de cadeia de valores CIB. Em 2018, assumiu a função de responsável de Canais Digitais, Físicos e de Voz (Contact Center) na Banca de Retalho e de Negócios e, em Dezembro de 2022, foi nomeada Directora de Canais e membro do Comité de Gestão do País.
Como começou a sua carreira no Absa Bank Moçambique e o que a motivou a ingressar na área bancária?
Iniciei a minha trajectória no Absa Bank Moçambique em 2009, quando a instituição ainda era conhecida como Barclays. A minha motivação para ingressar na área foi impulsionada pela minha paixão pela Gestão de Projectos e pela oportunidade de contribuir para o desenvolvimento do sector financeiro em Moçambique. Tinha boas referências do Barclays e decidi abraçar a oportunidade. Enfrentei desafios, mas cada um deles foi uma oportunidade de aprendizagem e crescimento profissional.
Quais foram os maiores desafios que enfrentou no início da sua carreira?
Um dos maiores desafios foi adaptar-me à dinâmica e complexidade do sector bancário. Tive de desenvolver rapidamente habilidades de gestão e liderança para lidar com projectos críticos, gerir vários stakeholders e garantir a entrega eficaz dos mesmos. A superação destes desafios, a entrega, foco e auto-motivação foram fundamentais para o meu crescimento e preparação para cargos de maior responsabilidade.
Pode contar-nos sobre a sua progressão dentro do Banco e os marcos mais significativos da sua trajectória?
Ao longo destes 15 anos de casa, fui de Gestora de Projectos a Gerente de Balcão, depois para Parceira de Negócio de HR, fui responsável pela área de Gestão de Informação, passei para Gestora de Negócios do Departamento de Operações, depois fui para o Corporate implementar o conceito de “Cadeia de Valor na Banca”, passei para o Retalho para Responsável de Canais Digitais, Físicos e de Voz e, finalmente, para a posição de Directora de Canais e membro do Comité de Gestão do País, responsável por todos os canais do banco, incluindo o departamento de Reclamações e Experiência do cliente. Implementei sistemas inovadores que aperfeiçoaram a eficiência operacional, melhorei a experiência do cliente e liderei equipas que alcançaram metas ambiciosas. Tem sido uma grande viagem…
Que habilitações e competências considera essenciais para alcançar o sucesso no sector bancário?
Acredito que, em primeiro lugar, a humildade, pois todos os dias aprendemos alguma coisa com alguém. Mas sem dúvida que a resiliência, a capacidade de adaptação à mudança, a liderança e a comunicação eficaz também são competências essenciais.
Os programas de empoderamento feminino do Absa Bank Moçambique, como o “EmpowerHer” e o “IgniteHer”, têm sido essenciais para promover a igualdade de género e criar um ambiente de trabalho inclusivo
Qual é o impacto dos programas de empoderamento feminino implementados pelo Absa no geral, e para si?
Os programas de empoderamento feminino do Absa Bank Moçambique, como o “EmpowerHer” e o “IgniteHer”, têm sido essenciais para promover a igualdade de género e criar um ambiente de trabalho inclusivo. Iniciativas como o programa “Masedi – Creating Inspiration and Success”, onde eu participei, oferecem ferramentas práticas para o desenvolvimento de competências de liderança e resiliência, impactando positivamente a carreira das participantes e ajudando-as a alcançar os seus objectivos profissionais.

Como vê o papel da mulher na sociedade actual, especialmente no contexto do sector financeiro?
O papel da mulher na sociedade actual é vital e está em constante evolução. No contexto do sector financeiro, as mulheres estão a assumir posições de liderança e a contribuir significativamente para a inovação e crescimento do sector. É crucial continuar a promover a igualdade de género e oferecer oportunidades iguais para que as mulheres possam demonstrar todo o seu potencial. Deverão ser implementadas políticas de diversidade e inclusão, programas de mentoria e desenvolvimento para mulheres e garantir um ambiente de trabalho que apoie a conciliação entre vida profissional e pessoal. Só assim, as mulheres poderão competir em igualdade de circunstâncias. Além disso, é importante que as empresas reconheçam e valorizem as contribuições únicas que as mulheres trazem para o local de trabalho.
Quem são as suas maiores inspirações e porquê?
As minhas maiores inspirações são as mulheres que, apesar dos desafios, continuam a lutar pelos seus sonhos e a fazer a diferença nas suas áreas de actuação. Líderes como a Dra. Luísa Diogo e a Dra. Graça Machel são exemplos de resiliência e coragem e inspiram-me a continuar a trabalhar para alcançar os meus objectivos e a apoiar outras mulheres no seu caminho para o sucesso.
Que conselhos daria às mulheres que estão a iniciar a sua carreira no sector bancário e aspiram a cargos de liderança?
O meu conselho para as mulheres que estão a iniciar a carreira nesta área é acreditar no seu potencial, correr atrás dos objectivos e nunca parar de aprender. É fundamental procurar oportunidades de desenvolvimento, ter coragem para enfrentar desafios, acreditar que são capazes e não ter medo de pedir ajuda ou mentoria. Nunca desistam dos seus sonhos e trabalhem arduamente para alcançá-los! Acreditem nas vossas capacidades, busquem constantemente o conhecimento e apoio e não tenham medo de assumir riscos. Juntas podemos criar um mundo corporativo mais inclusivo e equitativo. A determinação e a resiliência são a chave para o sucesso!