A comercialização da castanha de caju em Cabo Delgado, durante a campanha de 2023-24, gerou uma receita de 1,9 mil milhões de meticais (30 milhões de dólares), segundo noticiado pelo jornal notícias.
Dados fornecidos pelo Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM) indicam que foram vendidas 29 103 toneladas de castanha de caju, principalmente produzidas nos distritos de Mueda, Nangade, Chiúre e Mocímboa da Praia.
Armando Guissemo, delegado do IAM em Cabo Delgado, declarou que, apesar das adversidades, como os ataques terroristas e as chuvas torrenciais, a comercialização de caju em 2023 “teve um impacto positivo na economia local”.
O delegado mencionou que o produto arrecadou 477,6 mil meticais (7,6 mil dólares) provenientes de taxas de cobrança por serviços prestados pelo IAM ao longo do ano passado. No entanto, destacou que o processo de comercialização enfrentou desafios relacionados com logística e infra-estruturas precárias. Armando Guissemo salientou as dificuldades encontradas no subsector, especialmente no acesso às áreas de produção e no transporte dos produtos para os mercados. “O subsector registou constrangimentos severos, que afectaram negativamente a produtividade”, disse.
De acordo com a informação, além disso, houve dificuldades na aquisição e distribuição de sacos apropriados para o acondicionamento da castanha, devido a problemas de aquisição por parte dos intervenientes comerciais e falta de coloração. Mesmo assim, o IAM conseguiu comercializar o produto, gerando uma receita considerável a ser investida na melhoria do sector.
Para 2024, o IAM espera melhorias nas infra-estruturas e um aumento na capacidade produtiva do sector de caju em Cabo Delgado, segundo divulgado por Guissemo. Estimativas do IAM mostram que, até à data, 6630 toneladas de castanha foram exportadas para a Tanzânia, através dos postos de travessia de Mueda, nomeadamente em Namitil e Naida Chiureuli, no distrito de Nangade, que possui fronteira comum com a Tanzânia. O fluxo de exportação foi também facilitado pelas localidades de Apuitalaniza, Milola e Ilha de Palma.
Armando Guissemo informou que os preços variam consoante a qualidade do produto, com o valor médio da castanha de caju fixado em 60 meticais (0,95 dólares) por quilograma. O delegado destacou que a saída do produto para o país vizinho não resulta em receitas para o Estado, devido à isenção de impostos de exportação, o que representa perdas para os cofres públicos.
Para enfrentar os desafios, Armando Guissemo apelou a um maior envolvimento dos produtores locais e ao apoio das autoridades sanitárias. “O reforço da assistência técnico-sanitária das plantas é fundamental”, concluiu.