A produção de energia da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), localizada na província de Tete, centro de Moçambique, aumentou 4,77% no primeiro semestre deste ano, situando-se nos 8,3 mil gigawatt-hora (GWh), mas, mesmo perante este desempenho, a empresa revelou a existência de um baixo nível de armazenamento de electricidadde.
“No primeiro semestre, houve uma produção de 8396 GWh de energia, cifra alcançada graças à gestão cautelosa do empreendimento, associada à contínua entrega das equipas de trabalho aos programas de reforço de operação e manutenção dos equipamentos da cadeia de produção”, referiu a entidade por meio de uma nota divulgada nesta segunda-feira (15) pela Lusa.
No documento, acrescenta-se que até 30 de Junho de 2024, a barragem de Cahora Bassa apresentava uma quota de 316,98 metros, correspondente a 59,2% do armazenamento útil da albufeira, tendo a produção de electricidade ultrapassado em 3,44% o planificado anteriormente para o primeiro semestre.
“Este nível de armazenamento, significativamente baixo para este período, é influenciado por fracas afluências devido ao fenómeno ‘El Ninõ’, caracterizado por precipitação abaixo do normal sobre a região. Neste contexto, a HCB iniciou, em Junho, a implementação de um plano cauteloso de gestão hidroenergético da albufeira e das infra-estruturas conexas, de modo que equilibre as necessidades de produção versus a disponibilidade hídrica para minimizar o desvio negativo em relação à produção anual planificada”, explicou.
Citado no comunicado, o PCA da HCB, Tomás Matola, sublinhou que a produção energética na barragem é importante e indispensável para a estabilidade energética do País e da região.
“A empresa continuará a acompanhar as previsões meteorológicas de longo prazo, a evolução da situação hidroclimatológica da Bacia do Zambeze e as actualizações dos planos de exploração das barragens de montante, de modo que permita que, em tempo útil, possa proceder a ajustamentos operacionais de Cahora Bassa”, acrescentou.
O Estado detém 90% do capital social da HCB, desde a reversão para Moçambique, acordada com Portugal em 2007, enquanto a empresa portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN) tem uma quota de 7,5% e a Electricidade de Moçambique tem 2,5%.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros.
No final de 2022, a HCB contava com 780 trabalhadores e registou lucros de 9,2 mil milhões de meticais.