A empresa pública Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) projecta manusear anualmente cerca de 27 milhões de toneladas de carga diversa, graças à duplicação e aumento da linha férrea de Ressano Garcia, que foi esta segunda-feira, 8 de Julho, inaugurada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na província de Maputo.
Segundo a Agência de Informação de Moçambique, a infra-estrutura, com uma extensão de 42 quilómetros, parte de Ressano Garcia, zona fronteiriça, e vai até Secongene, distrito da Moamba, província de Maputo. Custou aos CFM cerca de cinco mil milhões de meticais (80 milhões de dólares) e a sua construção levou mais de dois anos.
Falando minutos após a inauguração da infra-estrutura, o presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Agostinho Langa Júnior, afirmou que a linha vai estimular o desenvolvimento do País. “Com esta obra, cumprimos dois objectivos centrais do nosso Plano Estratégico que está alinhado com o Plano Quinquenal do Governo. Esta linha traz desenvolvimento, mercadoria, comércio e indústrias e contribui para o fomento do desenvolvimento do nosso País”. E acrescentou que, “com a conclusão da primeira fase da duplicação desta linha, a infra-estrutura ferroviária dos CFM sul passa a ter uma capacidade equivalente a um aumento de 100% da tonelagem da mercadoria manuseada nos portos de Maputo e Matola”.
Para além desta linha, o chefe do Estado também inaugurou, na manhã de hoje, o Terminal Ferroviário de Passageiros da Estação Central de Maputo. A extensão do terminal custou 1,1 mil milhões de meticais (18 milhões de dólares) aos CFM e levou 16 meses a ser construída.

Filipe Nyusi congratulou a ampliação do terminal que vai permitir o aumento do número de passageiros de 25 mil para 75 mil diários, triplicando a capacidade actual.
“As infra-estruturas que acabámos de inaugurar custaram muito dinheiro. Celebramos a qualidade de gestão, mas acresce a responsabilidade do cumprimento do plano de manutenções, numa equação que possibilite a recuperação do investimento em tempo oportuno”, exigiu o Presidente da República.
O chefe do Estado referiu que “o projecto da Linha de Ressano Garcia irá responder à demanda que o sistema ferroportuário moçambicano tem sido sujeito nos últimos anos, sobretudo dos países vizinhos, com destaque para a África do Sul”.
A balança comercial dos dois países, nos últimos cinco anos, aponta para valores acumulados de exportações situados em 341,2 mil milhões de meticais (5,4 mil milhões de dólares) e de importações em 758,4 mil milhões de meticais (12 mil milhões de dólares).
Foi neste contexto que o estadista recomendou aos CFM “para que tracem um percurso que dê continuidade à sua robustez financeira e económica por forma que continue a fomentar o desenvolvimento de Moçambique e da África Austral”.
“A linha de Ressano ganha importância pela ligação com a África do Sul, país que ocupa uma posição de relevo no comércio externo de Moçambique, o qual se posiciona em terceiro lugar como destino das nossas exportações e primeiro como origem das exportações”, sublinha.
Os CFM investiram nos últimos anos mais de 37,9 mil milhões de meticais (600 milhões de dólares) em infra-estruturas, equipamentos e recursos humanos.