O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pretende investir, até 2029, em Angola, 1,5 mil milhões de dólares, atendendo aos desafios do país, afirmou o representante local da instituição, Pietro Toigo.
De acordo com o responsável, a instituição financeira tem neste momento uma carteira activa de projectos naquele país de 1,2 mil milhões de dólares e uma expectativa de investimento de 1,5 mil milhões de dólares nos próximos cinco anos.
“Pode parecer bastante, mas é uma gota no oceano, considerando os desafios demográficos de empregabilidade e da transformação que o país enfrenta actualmente”, declarou Pietro Toigo durante o seu discurso na cerimónia de lançamento da Estratégia Nacional de Angola 2024-29 e de celebração dos 60 anos do BAD, esta quinta-feira, 27 de Junho.
Pietro Toigo referiu ainda que no desenvolvimento da estratégia pretendem procurar mais parcerias e plataformas de co-financiamento, para minimizar custos de implementação e maximizar recursos, manifestando satisfação com as várias colaborações com outras instituições de França, Japão, Banco Europeu de Investimento e China.

O representante do BAD agradeceu a confiança e abertura destes parceiros, comprometendo-se a trabalhar para expandir as oportunidades, saudando a entrada do Brasil no compacto lusófono, que “irá impulsionar esse mecanismo de aceleração do desenvolvimento do sector privado nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP]”.
“Com os seus profundos conhecimentos na área agrícola, um sector dinâmico e uma experiência recente de transformação económica e redução da pobreza, o Brasil será um parceiro incontornável para o BAD e para Angola”, frisou.
Como banco do continente africano, prosseguiu o responsável, o BAD vai contribuir não apenas com recursos financeiros, mas com conhecimento e partilha de experiências.
Para o sector privado, o representante sublinhou os desafios no financiamento de empresas privadas em Angola, admitindo que, desde a entrada do país na instituição, em 1980, “nunca houve investimentos” para esta área.

“Queremos mudar isso. Perante uma diversificação económica que acelera, reformas macroeconómicas estabilizadoras e uma estratégia para abertura ao investimento privado, achamos fortemente que temos as condições para mudar esta lacuna histórica”, declarou.
Pietro Toigo salientou que pretendem criar as condições para acelerar o investimento privado, apoiando a capacidade do sector público na estruturação de parcerias público-privadas, através de instrumentos de mitigação de riscos, bem como serviços de assistência técnica e jurídica ao sector público e privado.
Em declarações à imprensa, o ministro do Planeamento angolano, Victor Hugo Guilherme, afirmou que o BAD pode ajudar o sector privado a transformar as suas ideias em projectos financiáveis.
“O desenvolvimento de um país passa pelo sector privado e o BAD está aberto a apoiá-lo neste aspecto. Nós abraçamos essa ideia do banco africano, mas também lhe solicitamos que apoie o sector privado, sobretudo na elaboração dos próprios projectos”, destacou.
Fonte: Lusa