As autoridades contrataram, nos primeiros três meses do ano, 8419 alfabetizadores, da meta de quase 11 mil que pretendem recrutar em 2024, segundo um relatório do Governo a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira, 13 de Junho.
De acordo com o documento da execução de Janeiro a Março, do Ministério da Economia e Finanças, com estes alfabetizadores foi possível “apoiar 210 475 alfabetizandos” em todo o País, o correspondente a uma realização de 77,6% da meta de 2024.
A maior parte dos alfabetizadores foi mobilizada para as províncias de Nampula (2817), Zambézia (1727), Cabo Delgado (939) e Tete (802). Nos primeiros três meses de 2024, que correspondem ao arranque do ano lectivo em Moçambique, foram ainda contratados 1982 professores do ensino primário, “beneficiando 130 mil alunos”, e 629 professores do ensino secundário, neste caso chegando 34 595 estudantes.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, reconheceu em 2023 que quase 40% da população, dos 30 milhões de habitantes, é analfabeta, a maioria mulheres.
“Nota-se que actualmente a taxa de analfabetismo entre as mulheres é de 49,4% e 27,2% nos homens. É preciso reflectirmos sobre o porquê de tal estar a acontecer”, disse Filipe Nyusi, precisando que uma taxa de analfabetismo global no País é de 39%.
Segundo o chefe do Estado, as províncias de Niassa, Cabo Delgado e Nampula, no norte do País, e as províncias de Tete e Zambézia, no Centro, são as que apresentam os maiores índices de analfabetismo.
Filipe Nyusi referiu ainda que o problema atinge 50,8% da população rural e 18% da população urbana, sugerindo que os governantes das províncias mencionadas identifiquem e corrijam as deficiências na educação que estejam a contribuir para as baixas taxas de alfabetização.
O Presidente da República manifestou ainda preocupação sobre os atrasos na conclusão dos níveis académicos, fazendo menção às estatísticas que revelam que uma criança leva em média o dobro de anos para concluir o ensino primário, e que a taxa média de graduados em Moçambique está abaixo de 30%. “Estes atrasos na conclusão dos níveis aumentam os custos para as famílias, para a sociedade e também comprometem o rácio aluno/professor”, vincou.