A directora executiva da Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) considerou esta terça-feira (4) que Moçambique é o preferido, dos países lusófonos, na atracção do investimento para projectos de energias alternativas, pela dimensão e também pelo “ambiente regulatório favorável”.
Em declarações à Lusa no webinar “Energizing Africa: How EU Financing is Changing the Renewable Landscape?”, Isabel Cancela de Abreu referiu que entre os países de expressão portuguesa, nomeadamente em África, “há aqueles mais atractivos do que outros” e que “Moçambique é o preferido dos países lusófonos nesta matéria”.
“O País tem dimensão, mas também porque tem um ambiente regulatório favorável”, referiu a responsável, destacando que “há muito tempo que estão em Moçambique os parceiros de cooperação, instituições multilaterais e bilaterais, como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) ou o Banco Mundial, instituições da União Europeia e países como a Suécia, Noruega e Portugal”.
A responsável frisou que “Moçambique está muito aberto ao investimento do sector privado, ou seja, o Estado dá a concessão e o privado faz os investimentos e desenvolve os projectos”.
Segundo a Lusa, na opinião da fonte, Angola, embora tenha a mesma escala de Moçambique, está ainda muito concentrado no investimento público e focado em grandes projectos. “Além disso, precisa de enquadramento regulatório e é necessário que os processos de contratação sejam abertos e concorrenciais”, defendeu.
O debate no webinar, que contou com representantes de várias instituições internacionais e multilaterais que apoiam projectos naquele sector, e que a ALER realizou em parceria com a GreenVenture – empresa líder no desenvolvimento de projectos de energia renovável -, permitiu perceber que há muito financiamento da União Europeia a que os países e projectos em África podem aceder.
“Moçambique está a receber muita atenção deste tipo de mecanismos e da União Europeia porque ainda necessita de financiamento ao sector público e de garantias, enquanto Cabo Verde já não porque está num nível acima, com taxas de juro baixas e projectos de energias renováveis com acesso directo à banca comercial”, apontou Isabel Cancela de Abreu.
Quanto a São Tomé e Príncipe, a responsável considera que é um exemplo do país para o qual será muito difícil atrair investimento pela dimensão e a economia de escala.
O evento online visou esclarecer os novos mecanismos e programas de financiamento da União Europeia para projectos de energia renovável em África, destacando o papel da Europa como um jogador estratégico no sector, e promovendo o investimento tanto em território nacional quanto africano.
Através da iniciativa Global Gateway, a União Europeia pretende apoiar mais investimentos em infra-estruturas de qualidade que respeitem os padrões sociais e ambientais em países em desenvolvimento.





























































