Uma equipa de investigadores da Universidade Alberto Chipande (UNIAC), na Beira, está a produzir sabão a partir de sebo, uma gordura bovina, e abacate. A produção decorre no laboratório multidisciplinar da instituição, revelou o jornal notícias.
Claudete Madalena Joaquim, investigadora de química, disse sobre a experiência que as principais matérias-primas utilizadas para fazer sabão são o sebo bovino e o abacate, entre outros elementos, que preferiu não revelar por se tratarem de materiais exclusivamente laboratoriais.
“A gordura de sebo não destrói os animais abatidos nos matadouros e é normalmente descartada sem qualquer tratamento, pondo em risco o solo. Nós estamos a utilizar exactamente esse resíduo, o sebo. A fruta é adquirida nos mercados, porque ainda não temos uma quinta para a produzir”, afirmou. “Esta é uma das formas que encontrámos para reutilizar a gordura. Em vez de a deitar fora e prejudicar o ambiente, produz-se sabão, que ajuda a tornar a pele do consumidor mais rica e rejuvenescida”, acrescentou,
Claudete Joaquim revelou que a produção de sabão começou no ano passado, inicialmente para as pessoas com problemas de pele, tendo em vista que o abacate é rico em vitaminas C e E, que fazem bem à pele.
“Descobrimos que o próprio sabão também ajuda as pessoas com conjuntivite, o que é mais um ganho para nós, pesquisadores, e para a universidade. Produzimos 32 barras de sabão por dia e observamos o tempo de cura, para reduzir o PH e não causar problemas na pele do utilizador”, explicou.
A investigadora explicou ainda que a universidade tem um plano em curso para lançar o produto no mercado para consumo público.
“Já fizemos o lançamento oficial, mas também pretendemos ter ganhos. Este sabão tem múltiplos benefícios, incluindo rejuvenescer a pele das pessoas que têm problemas de pele seca, tratar o acne, além de ajudar as mulheres com problemas de caspa. É o sabão ideal para dar banho aos bebés, entre outros benefícios”, sublinhou.
“Utilizar esta matéria-prima para produzir o sabão de abacate é uma excelente alternativa para alguns problemas. Sabemos que o abacate é um fruto sazonal, mas isso não parece ser grande obstáculo. Vamos encontrar soluções para garantir a manutenção da produção. Estamos a produzir o sabão em massa para depois o colocar no mercado e estamos a pensar em fazer outros tipos de sabão no futuro, para não termos de depender apenas do abacate”, concluiu.