A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) vai apoiar, até 2026, cerca de dez projectos comunitários no País, com um financiamento total de 140 milhões de meticais (2,2 milhões de dólares). Este apoio visa proporcionar acesso ao mercado internacional de compensações voluntárias de carbono, centrando-se na conservação da natureza baseada na comunidade.
De acordo com o jornal notícias, através do programa “PLANETA”, a USAID fornecerá aos parceiros moçambicanos, tanto públicos como privados, os conhecimentos necessários para estabelecer ligações e implementar acordos de compensação de carbono. Este suporte incluirá a negociação de acordos e a pré-compra dos créditos de carbono, além de estruturar o financiamento dos projectos e monitorizar a restauração dos ecossistemas.
Segundo Moffatt Ngugi, oficial de Desenvolvimento Ambiental e Recursos Naturais da USAID em Moçambique, a iniciativa tem como objectivo reforçar as actividades de sequestro de carbono, promovendo um crescimento económico diversificado e equitativo. “Os projectos seleccionados terão uma forte componente de partilha de benefícios e vão criar oportunidades significativas, especialmente para jovens e mulheres, ao mesmo tempo que garantirão investimentos qualificados, evitando conflitos de interesses”, afirmou.
Este financiamento surge num contexto global de crescente preocupação com a limitação das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. A iniciativa visa mitigar os efeitos dos gases produzidos por indústrias que utilizam carvão, petróleo e outros combustíveis fósseis, responsáveis pelo aumento da temperatura global e pela intensificação de condições meteorológicas extremas.
Para Moçambique, que possui grandes florestas tropicais capazes de armazenar quantidades significativas de carbono, esta é uma oportunidade de se posicionar como um actor importante no mercado de créditos de carbono. “Estamos abertos para formar e capacitar as empresas locais para que desenvolvam propostas de investimento alinhadas com os critérios dos potenciais investidores. Além disso, vamos elaborar um manual de financiamento do carbono que guiará as actividades e outras acções, com um custo estimado de 140 milhões de meticais (2,2 milhões de dólares)”, explicou Ngugi.