A empresa Montepuez Ruby Mining (MRM) realizou recentemente um encontro para apresentar o seu plano de gestão ambiental e social para 2024. O evento reuniu líderes comunitários, representantes da sociedade civil e diversas instituições governamentais, com o objectivo de promover um debate e procurar soluções colectivas para os desafios enfrentados pelas comunidades locais.
De acordo com a informação divulgada pelo jornal notícias, durante a reunião, a MRM anunciou que este ano irá reabilitar 15 hectares de áreas anteriormente mineradas. “Este processo envolverá a substituição do solo e o replantio de árvores nativas, contribuindo para a recuperação ambiental das zonas afectadas pela mineração”.
A empresa também revelou a sua colaboração com o Conselho Municipal de Montepuez para a implementação de um projecto de gestão e reciclagem de resíduos sólidos, destacando o compromisso com a sustentabilidade ambiental.
Jorge Kangoma, director de Saúde, Segurança e Ambiente da MRM, explicou que a eficácia destes projectos dependerá de uma planificação e execução consistentes. “Para isso, a empresa conta com o apoio da comunidade académica, incluindo a Universidade Lúrio (UniLúrio) e a Universidade Rovuma (UniRovuma), que possuem uma vasta experiência em pesquisa e desenvolvimento de programas de biodiversidade e socioeconómicos”, avançou.
Além disso, a MRM está a financiar um projecto de processamento de alimentos, que inclui a instalação de duas moageiras para processamento de milho, arroz e mapira. Será construído um moinho em Mpenene e outro em Nseue, enquanto uma unidade de processamento de alimentos será estabelecida na aldeia de Wikhupuri. Estes equipamentos estarão disponíveis para as comunidades locais em breve.
Zefanias Mawawa, director de Responsabilidade Corporativa da MRM, destacou novos programas de subsistência, como a construção de lagoas para piscicultura em Wikhupuri, que envolverão a participação activa das comunidades vizinhas. Zefanias Mawawa também mencionou um programa-piloto para a construção de casas resilientes utilizando recursos locais, com a MRM a apoiar a edificação de duas casas-modelo.
Artur Lucas, líder comunitário de Nanhupo, elogiou as iniciativas da MRM, afirmando que “a gestão sustentável de resíduos e os novos projectos socioeconómicos trarão mais oportunidades de emprego para a região.”
Graça Jaime, representante da Faculdade de Ciências Naturais da UniLúrio, apresentou o plano de gestão de emergências, que visa criar uma plataforma de cooperação entre a comunidade, as autoridades locais e a MRM para enfrentar crises como a covid-19, cheias e surtos de doenças.
A notícia refere ainda que, no final deste ano, a MRM planeia reunir-se novamente com os seus parceiros para avaliar a implementação das actividades propostas, sendo que estas reuniões fazem parte do projecto “Diálogo da Indústria Extractiva”, que promove discussões multissectoriais sobre a indústria extractiva e consultas comunitárias contínuas ao longo do ano.