O relatório de balanço da execução orçamental revelou que a produção de rubis em Moçambique se situou nos 252,6 mil quilates no primeiro trimestre do presente ano, verificando-se uma queda de 55% se comparado com igual período de 2023, em que se a produção se fixou nos 567,4 mil quilates.
O documento elaborado pelo Ministério da Economia e Finanças, e divulgado nesta quarta-feira (22) pela Lusa, explicou que os resultados menos satisfatórios estão relacionados em grande medida com os baixos níveis de produção da maior produtora deste mineral [Montepuez Ruby Mining – MRM], associados à avaria no equipamento produtivo e aos ataques terroristas ocorridos à sua mina nos últimos tempos.
“Este desempenho baixo representa 8% do previsto para todo o ano. Em termos globais, a produção de rubis no País já tinha recuado em 2023, para 2,7 milhões de quilates, contra 4,2 milhões de quilates em 2022 e 5 milhões de quilates em 2021”, sublinhou.
Em Abril, a empresa britânica Gemfields anunciou que a exploração de rubis na mina da MRM, localizada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, tinha já rendido, desde 2012, mil milhões de dólares (63,2 mil milhões de meticais), salientando que em 2023 em particular, a mineradora tinha obtido uma receita total de 151,3 milhões de dólares (9,5 mil milhões de meticais).

“Desde que a Gemfields adquiriu os 75% da MRM, em Fevereiro de 2012 (ano do início da exploração mineira, tendo os leilões de rubis começado dois anos depois), aquela mina acumula receitas superiores a mil milhões de dólares, tendo pago ao Estado, no mesmo período, 257,4 milhões de dólares (16,2 mil milhões de meticais)”, revelou por meio de um comunicado.
A MRM que também é detida em 25% pela Mwiriti Limitada, uma empresa moçambicana, pagou ao Estado, no ano passado, 53,2 milhões de dólares (3,3 mil milhões de meticais) em ‘royalties’ e impostos.
A Montepuez Ruby Mining é uma empresa moçambicana que opera um depósito de rubis de aproximadamente 33 600 hectares. “Acredita-se que seja o depósito de rubis mais significativo, recentemente descoberto no mundo. Terá criado localmente mais de 1500 postos de trabalho, 95% dos quais para moçambicanos, sendo 65% oriundos de Cabo Delgado”.
A Gemfields é líder mundial na mineração responsável e comercialização de pedras preciosas coloridas e, além da MRM, é operadora e proprietária de 75% da mina de esmeraldas Kagem, na Zâmbia, apresentada como “a maior mina de esmeraldas do mundo”. Detém também licenças de amostragem a granel na Etiópia.