A União Africana (UA), através da sua Agência de Seguros Climáticos, vai conceder uma verba de 60 milhões de dólares (3,7 mil milhões de meticais) a quatro nações africanas, com o objectivo de ajudá-las a mitigar os impactos negativos das mudanças climáticas, sobretudo a seca, causada pelo fenómeno “El Niño”.
Trata-se de Moçambique, Zâmbia, Maláui e Zimbabué que, segundo a publicação da BNN Bloomberg, são os países da região que mais se ressentem da catástrofe, e já perderam muita produção, deixando as comunidades em situação de vulnerabilidade.
“Do total, o Zimbabué vai receber 32 milhões de dólares e já foram identificados os distritos que vão beneficiar do dinheiro e dos alimentos a serem fornecidos nas próximas semanas. O El Ninõ já reduziu a produção de milho e levou à declaração de estado de desastre naquele país”, avançou o portal de notícias.
Em Moçambique, vários distritos das zonas sul e centro debatem-se com a seca e, para reverter o cenário, em Abril, a Agência de Desenvolvimento do Vale do Zambeze disponibilizou mais de 53 milhões de meticais para a implementação de um Plano de Intervenção Imediata.
A iniciativa será executada na segunda fase da época da campanha agrária 2023-24, na qual se prevê a distribuição, aos produtores e às Pequenas e Médias Empresas, de mais de 32 toneladas de sementes de batata reno, feijão e hortícolas.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) estimou que mais de 20 milhões de pessoas enfrentariam insegurança alimentar na região no início de 2024, em parte devido ao efeito do El Niño.
De modo geral, a região da África Austral é uma das mais afectadas pela seca, onde mais 77% da produção de milho já foi perdida.