Num esforço para potencializar a competitividade e o investimento nos corredores logísticos nacionais, o Banco Mundial (BM) revelou, durante a 19.ª edição da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), a decorrer em Maputo, que já foram investidos cerca de 76,2 milhões de meticais (1,2 milhões de dólares) em infra-estrutura de transporte. Os investimentos, distribuídos por cinco projectos, foram considerados estratégicos “para melhorar a conectividade e fomentar o comércio, atendendo às necessidades do sector de transporte e logística“.
A revelação foi feita por Emmanuel Taban, representante do BM na gestão de projectos de transporte, durante o painel “Opções para Impulsionar a Competitividade e Investimento nos Corredores Logísticos Nacionais”, integrado no segundo dia do evento CASP2024.
Emmanuel Taban elucidou que o investimento totaliza 76,2 milhões de meticais (1,2 milhões de dólares), sendo distribuído por diversos “projectos estratégicos” que visam não apenas melhorar a mobilidade interna, mas também fortalecer as conexões comerciais regionais. “Estamos a implementar cinco grandes projectos que, no seu conjunto, reflectem o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e a redução da pobreza em Moçambique”, afirmou o representante.
“Os projectos em curso incluem a reabilitação e expansão de cerca de 500 quilómetros da N1, artéria vital que conecta o sul ao norte do País, além do desenvolvimento de um novo sistema de transporte rápido por ónibus (BRT) em Maputo. Este último destina-se a melhorar significativamente a mobilidade urbana na capital, facilitando o acesso aos empregos e serviços essenciais”.
Adicionalmente, o representante do BM destacou o foco em melhorar a resiliência climática das infra-estruturas rodoviárias nas províncias de Nampula e Zambézia, “reforçando assim a capacidade do País de enfrentar desafios ambientais crescentes”, sublinhou. Outro ponto salientado foi a criação de corredores verdes, que promovem uma maior integração regional e reduzem os custos de transacção comercial entre Moçambique e os países vizinhos, como Maláui e Zâmbia.
“Acreditamos que, ao melhorar a infra-estrutura de transporte, estamos não só a facilitar o comércio e a mobilidade das pessoas, mas também a impulsionar o desenvolvimento económico de forma inclusiva”, destacou Emmanuel Taban.
A presente edição da CASP organizada pela Confederação das Associações Económicas (CTA), em parceria com o Governo, pretende reflectir “sobre os progressos e desafios do Pacote de Medidas de Aceleração Económica e debater as condições do ambiente de negócio, para tornar o País mais competitivo”. Serão também discutidos projectos avaliados em 75,8 mil milhões de meticais (1,7 mil milhões de dólares).
A decorrer sob o tema “Investimentos e Negócios em Ambiente das Medidas de Aceleração Económica: Desafios e Oportunidades”, o evento de três dias (15,16 e 17 de Maio) conta com 80 empresários estrangeiros, mais de 4 mil participantes presenciais e 20 mil virtuais.
De acordo com um comunicado da CTA, estão ainda presentes mais de 40 oradores nacionais e estrangeiros e delegações de mais de 12 países, como Maurícias, África do Sul, Angola, Brasil, Portugal, Holanda, França, Itália, Zimbabué, entre outros.