A gestão dos recursos hídricos ainda constitui num grande desafio, sobretudo numa altura em que o País se debate com a problemática das mudanças climáticas, nomeadamente secas intensas em algumas regiões, acabando por tornar a disponibilidade de água menos previsível.
Neste sentido, o Executivo revelou nesta quinta-feira (16), durante a 19.ª edição da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que são necessários cerca de 4,5 mil milhões de dólares para a implementação de projectos relacionados com a construção de barragens e de dez mil represas para responder à demanda do País.
Intervindo num painel sobre “Tendências, Inovações e Desafios de Sustentabilidade do Sector Imobiliário e Infra-Estruras Para Resiliência Climática”, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, avançou que estão já a decorrer as negociações junto dos parceiros de cooperação, com o intuito de se obter o financiamento desejado.
“Existe um grande impasse em termos de investimento, para dotar o País de capacidades de gestão de recursos hídricos. Existem projectos de construção de barragens e represas, e já estamos em contacto com os potenciais investidores”, acrescentou.

Na altura, Delário Sengo, chefe do departamento de Obras Hídricas e Manutenção na Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL), detalhou que “as intervenções iam incluir comportas e outras estruturas de descargas”, sendo que estava também prevista a substituição de óleos nas comportas para um melhor funcionamento das infra-estruturas, além da intervenção nos medidores.
“Na barragem de Massingir, por exemplo, há necessidade de limpeza no talude a jusante, de corrigir os danos causados pela erosão dos solos e de substituir alguns componentes metálicos corroídos. Agora, as barragens funcionam, mas com algumas deficiências, e não podemos deixar que os problemas se agravem”, considerou o responsável.
A presente edição da CASP organizada pela Confederação das Associações Económicas (CTA), em parceria com o Governo, pretende reflectir “sobre os progressos e desafios do Pacote de Medidas de Aceleração Económica e debater as condições do ambiente de negócio, para tornar o País mais competitivo”. Serão também discutidos projectos avaliados em 75,8 mil milhões de meticais (1,7 mil milhões de dólares).
A decorrer sob o tema “Investimentos e Negócios em Ambiente das Medidas de Aceleração Económica: Desafios e Oportunidades”, o evento de três dias (15 e 16 de Maio) conta com 80 empresários estrangeiros, mais de 4 mil participantes presenciais e 20 mil virtuais.
De acordo com um comunicado da CTA, estão ainda presentes mais de 40 oradores nacionais e estrangeiros e delegações de mais de 12 países, como Maurícias, África do Sul, Angola, Brasil, Portugal, Holanda, França, Itália, Zimbabué, entre outros.