Durante a 19.ª edição da Conferência Anual do Sector Privado (CASP), que decorre em Maputo, Silvino Moreno, ministro da Indústria e Comércio, destacou o papel de liderança da província de Inhambane e da cidade de Nacala em Nampula, nos investimentos de Moçambique. Segundo o governante, estes sectores-chave, que incluem turismo e industrialização, atraíram 42,1% do total de investimentos em 2023, destacando-se “como pilares centrais da estratégia de desenvolvimento económico do País“.
“Em 2023, o sector de hotelaria e turismo capturou a maior parte dos nossos investimentos, representando 42,1% do total. Isso reflecte a nossa visão estratégica de transformar Moçambique num destino turístico de excelência global”, afirmou. Inhambane e Nacala foram identificadas como as regiões-chave desses investimentos, com Inhambane “aproveitando as suas belezas naturais e Nacala consolidando-se como um pólo industrial emergente”.
Paralelamente, Nacala emerge como uma “força industrial”, impulsionada pela construção de uma nova zona industrial adjacente ao seu porto estratégico. “Com 2,4% dos investimentos direccionados para a indústria, a cidade está configurada para se tornar um centro económico crucial, não só para Moçambique mas para toda a África Oriental. Isso é parte da nossa estratégia para induzir o desenvolvimento económico equilibrado em todo o País”, referiu Silvino Moreno.
Enquanto isso, a província e cidade de Maputo continuam a ser áreas críticas para o crescimento económico, “embora o foco esteja agora mais diversificado, abrangendo mais regiões e sectores”. Segundo o governante, o sector de serviços também viu um aumento dos investimentos, recebendo 15,7% do total, reflectindo uma economia cada vez mais diversificada.
Sobre as reformas legislativas, o ministro da Indústria e Comércio explicou: “a nova legislação de investimentos que implementámos este ano substitui a anterior que estava em vigor desde 1993. Com estas mudanças, pretendemos alinhar a nossa política de investimentos às melhores práticas internacionais, tornando o País ainda mais atractivo para investidores estrangeiros e nacionais”.
Referindo-se à participação de Moçambique na zona do Comércio Continental Africano, o ministro destacou a importância deste movimento para o futuro do País.
“Estamos à beira de uma grande oportunidade. A integração na zona do Comércio Continental Africano abrirá novas avenidas para os nossos empresários expandirem os seus negócios além das fronteiras nacionais”.
Concluindo o seu discurso, o ministro fez um apelo ao sector privado: “este é um momento decisivo. Encorajo todas as empresas moçambicanas a se prepararem para aproveitar ao máximo as oportunidades que surgirão com a nova zona de comércio. O Governo está pronto para apoiar e facilitar este processo”.
A presente edição da CASP organizada pela Confederação das Associações Económicas (CTA), em parceria com o Governo, pretende reflectir “sobre os progressos e desafios do Pacote de Medidas de Aceleração Económica e debater as condições do ambiente de negócio, para tornar o País mais competitivo”. Serão também discutidos projectos avaliados em 75,8 mil milhões de meticais (1,7 mil milhões de dólares).
A decorrer sob o tema “Investimentos e Negócios em Ambiente das Medidas de Aceleração Económica: Desafios e Oportunidades”, o evento de três dias (15,16 e 17 de Maio) conta com 80 empresários estrangeiros, mais de 4 mil participantes presenciais e 20 mil virtuais.
De acordo com um comunicado da CTA, estão ainda presentes mais de 40 oradores nacionais e estrangeiros e delegações de mais de 12 países, como Maurícias, África do Sul, Angola, Brasil, Portugal, Holanda, França, Itália, Zimbabué, entre outros.