A taxa de desemprego na África do Sul aumentou pelo segundo trimestre consecutivo para 32,9% nos primeiros três meses deste ano, revelaram dados desta terça-feira (14), duas semanas antes de o Congresso Nacional Africano (ANC), no poder, enfrentar as suas eleições mais difíceis até à data.
O aumento em relação aos 32,1% registados no quarto trimestre do ano passado aproxima a taxa de desemprego oficial do máximo histórico de 35,3% atingido no final de 2021 durante a pandemia de covid-19.
Os sul-africanos vão votar nas eleições nacionais e provinciais de 29 de Maio, com as sondagens a sugerirem que o ANC, no poder desde o fim do apartheid, está em risco de perder a sua maioria parlamentar.
O desemprego aumentou cerca de 10 pontos percentuais nas três décadas desde que o ANC chegou ao poder sob o comando do herói da libertação, Nelson Mandela, e é uma das principais preocupações dos eleitores.
No primeiro trimestre de 2024, os maiores decréscimos de emprego registaram-se nos sectores dos serviços comunitários e sociais e da construção. Registaram-se ganhos de emprego em sectores como a indústria transformadora, a agricultura e a indústria mineira.
Entretanto, Frank Blackmore, economista principal da KPMG South Africa, afirmou que enquanto a economia continuar a crescer abaixo de 1%, com um crescimento populacional de cerca de 1,5%, a taxa de desemprego continuará a aumentar.
Já Sanisha Packirisamy, economista da Momentum Investments, reiterou que as medidas políticas não conseguiram resolver os problemas estruturais que contribuem para o desemprego, como a correspondência entre os licenciados e os empregos disponíveis.
Ao longo da última década, o número de pessoas em situação de desemprego de longa duração, ou seja, aquelas que não trabalham há um ano ou mais, quase duplicou. O número total de desempregados é superior a 8,2 milhões.
As taxas de desemprego são especialmente elevadas entre os jovens sul-africanos em comparação com os grupos etários mais velhos, e entre os negros em comparação com outros grupos populacionais.
O Governo do ANC criou um novo subsídio para os desempregados em idade activa, ao qual acederam mais de 6 milhões de pessoas durante a pandemia de covid. Embora se destinasse a ser temporário, foi prolongado no início deste ano.
Fonte: 360° Mozambique