Quando falamos em reforma, pensamos muitas vezes nas nossas contribuições para a Segurança Social. Para a grande maioria das pessoas, esta é a principal forma de financiamento com que contam para a sua reforma.
Se é um deles, talvez seja altura de fazer contas e pensar em alternativas para poupar para a reforma. Porque o rendimento que vai ter nessa altura não vai ser o equivalente ao seu último salário. Quanto mais cedo se começa, menos se tem de poupar para atingir um determinado montante. Começar a poupar para a reforma mais cedo também lhe dá mais margem para correr riscos; por outras palavras, para investir o seu dinheiro em opções mais arriscadas, mas com rendimentos mais elevados.
Mesmo assim, e até porque há diferentes perfis de investidores e diferentes orçamentos, há várias opções a considerar na preparação da sua reforma. Eis algumas delas.
1. Plano de Poupança Reforma (PPR)
Os PPR são atractivos também devido aos benefícios fiscais, sobretudo quando subscreve esta opção de poupança mais cedo e a mantém durante mais tempo. Outra vantagem desta forma de poupar para a reforma é que, em caso de necessidade, pode fazer o resgate antecipado. Isto é, pode “levantar” o dinheiro que poupou para acorrer a situações de doença, desemprego ou, até, para pagar prestações do crédito habitação.
2. Certificados de Aforro e do Tesouro
São outra opção popular com um baixo nível de risco. Basicamente, são uma espécie de empréstimo que se faz ao Estado, entregando dinheiro e recebendo em troca o pagamento de juros. São produtos concebidos para investimentos a médio e longo prazo e têm vários horizontes temporais disponíveis. No entanto, se o seu objectivo é poupar para a reforma, pode ser uma boa ideia investir em produtos com prazos mais longos. É também uma solução igualmente segura, ideal para poupanças de médio prazo (entre 1 e 7 anos), em que a rendibilidade aumenta a cada ano que se mantém o investimento.
3. Conta-poupança
Se optar por uma conta com pagamentos programados, garante o reforço periódico das suas poupanças. Outra vantagem é que, como este montante é retirado da sua conta corrente, não terá a tentação de o gastar. E, pouco a pouco, vai poupar dinheiro que lhe será útil mais tarde. No entanto, se as taxas de juro forem baixas, o rendimento pode ser muito inferior ao esperado.
4. Imóveis
O investimento em imóveis, sobretudo em zonas com elevado potencial de valorização, pode ser uma boa forma de poupar para a reforma. Como os imóveis geram sempre despesas (como impostos e despesas de condomínio, entre outras), o melhor será arrendar e retirar desde já alguma rentabilidade desses investimentos. Assim, quando se reformar, pode usar esse rendimento para complementar a reforma ou vender o imóvel. Neste caso, porém, há que fazer as contas às mais-valias.
5. Outros investimentos
Os investimentos mais arriscados e mais complexos, como os fundos de investimento ou os criptoactivos, são uma opção para os investidores mais ousados que ainda têm tempo para recuperar de eventuais perdas. Quanto mais tarde começar a poupar para a reforma, menos disposto estará a correr riscos, mesmo que os rendimentos sejam mais elevados.
A diversificação dos investimentos é frequentemente recomendada pelos especialistas. Neste caso, pode poupar para a reforma através de uma combinação de várias opções. Pode, por exemplo, combinar um PPR sem garantia de capital com Certificados de Aforro, ou investir em imóveis e acções.
Há muitas formas de combinar poupanças. O mais importante é tomar a decisão e começar a garantir um rendimento extra o mais rapidamente possível.
Fonte: Ekonomista