O vice-presidente da ExxonMobil para as Relações Exteriores, Walter Kansteiner, afirmou nesta quarta-feira (17), que a administração da petrolífera está a analisar “cuidadosamente” as datas sobre o anúncio da Decisão Final de Investimento (DFI) para o projecto de gás natural de Moçambique.
“A nossa empresa está a analisar todas as datas com muito cuidado”, avançou o responsável após uma reunião em Washington, nos Estados Unidos da América, com o estadista moçambicano, Filipe Nyusi.
O vice-presidente referiu que as decisões dependem também da situação de segurança em Cabo Delgado, província afectada pelo terrorismo há mais de seis anos.
O encontro com Kansteiner realizou-se à margem da Conferência Internacional sobre a floresta do Miombo, organizada em parceria com o Governo moçambicano para promover a defesa de uma floresta que abrange dois milhões de quilómetros quadrados e 11 países da África Austral, incluindo Moçambique e Angola, da qual dependem 300 milhões de pessoas.
Sobre a iniciativa, o representante da petrolífera americana destacou que a acção “deixa a empresa muito entusiasmada, pelo impacto no apoio à preservação das grandes florestas de África.”
“Todos nós sabemos a sua importância para o nosso planeta. Estamos muito satisfeitos por termos aqui o Presidente Nyusi para dar início à iniciativa”, apontou.
O projecto da ExxonMobil em Cabo Delgado previa uma produção de 15,2 milhões de toneladas por ano, mas a companhia antevê uma produção anual de 18 milhões de toneladas actualmente.
A nível global, a petrolífera planeia duplicar, até 2030, o portefólio de gás natural liquefeito (GNL), cuja produção está nas 24 milhões de toneladas anuais.
Moçambique tem três projectos de desenvolvimento, aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, todas localizadas ao largo da costa da província de Cabo Delgado.
Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois o exportar por via marítima em estado líquido.
Um é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após o ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura. O outro é o investimento ainda sem anúncio à vista liderado pela ExxonMobil e Eni (consórcio da Área 4).
Um terceiro projecto concluído e de menor dimensão pertence também ao consórcio da Área 4 e consiste numa plataforma flutuante de captação e processamento de gás para exportação, directamente no mar, que arrancou em Novembro de 2022.