A cotação do ouro regista uma ligeira queda, afastando-se dos máximos históricos atingidos nesta semana, na expectativa de novos dados sobre a criação de emprego nos Estados Unidos. Os investidores, em posição de cautela, avaliam o possível fortalecimento do mercado laboral americano que poderá influenciar a estratégia de juros pela Fed (Reserva Central dos EUA)
Num contexto em que os economistas antecipam o anúncio da criação de cerca de 200 mil novos postos de trabalho em Março, a postura da Fed quanto à política de juros torna-se um foco de atenção global. A robustez do emprego poderia sinalizar a manutenção de juros elevados por um período mais extenso, o que tradicionalmente exerce pressão descendente sobre o ouro.
Na presente semana, o metal precioso alcançou o pico de 2300,00 dólares por onça, impulsionado por um optimismo cauteloso quanto a um potencial corte de juros pelos bancos centrais, num horizonte ainda incerto. No entanto, na última sessão, observou-se um recuo de 0,11%, fixando-se nos 2288,35 dólares por onça.
O ouro, activo tradicionalmente considerado um porto seguro em tempos de incerteza económica, parece estar a caminho de consolidar a terceira semana consecutiva de ganhos. Desde meados de Fevereiro, a sua cotação tem sido sustentada por um “rally” que reflecte as especulações de uma iminente mudança na política monetária dos bancos centrais.
No panorama global, a volatilidade do ouro ressoa nas economias emergentes e em processo de diversificação, como é o caso de Moçambique. A estratégia nacional moçambicana de alavancar outros sectores económicos, como a agricultura, turismo e energia, pode ser influenciada pelas tendências macroeconómicas ditadas pelas grandes economias. A gestão das receitas oriundas de recursos naturais, como o gás e outros minerais, incluindo o ouro, é parte essencial na visão de desenvolvimento sustentável do País.