A China colocou a meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em cerca de 5% – mais ambiciosa do que no ano passado. No entanto, o país prevê atingir um défice orçamental de 3% do PIB, segundo os dados do relatório de trabalho governamental apresentado pelo primeiro-ministro, Li Qiang, na Assembleia Popular Nacional da China.
Durante o mês de Abril, os olhares vão incidir no mercado chinês, uma vez que serão divulgados dados económicos importantes, reveladores de como a economia do país recebeu as linhas traçadas durante a Assembleia Popular Nacional da China, que se realizou no mês de Março.
Christoph Siepmann, economista sénior na Generali Asset Management, considera que o “primeiro-ministro reconheceu as dificuldades”, acrescentando que “era necessário uma postura fiscal proactiva e uma política monetária prudente”.
Outras metas estabelecidas para este ano fixam a inflação do índice de preços ao consumidor em 3%, visando criar 12 milhões de empregos e manter a taxa de desemprego nos 5,5%. No que toca ao sector imobiliário, foi dada ênfase à neutralização de riscos, à promoção de um crescimento saudável a longo prazo, à disponibilização de mais habitação social e à resolução de propriedades inacabadas que preocupam os compradores de casa.
“Juntamente com os esforços para reforçar o financiamento dos promotores, isto deverá ajudar a mitigar as pressões descendentes. Contudo, não foram anunciadas medidas adicionais concretas para estabilizar o mercado imobiliário. A política da China procura gerir o necessário processo de contratação, mas não salvá-lo. Na nossa opinião, continuam a ser prováveis medidas mais incrementais”, revela Siepmann.
Os decisores políticos apelaram para uma iniciativa de consumo, que visa substituir bens duradouros por outros mais novos e de alta qualidade. “Isto poderia sugerir que a China passasse de uma produção quase exclusivamente subsidiária para um consumo abrangente”, sublinha o economista. “No entanto, apesar de vir mencionada no relatório de trabalho governamental não é apoiada por medidas concretas, o que torna esta iniciativa incerta”, conclui Christoph Siepmann.