Os taxistas da cidade de Maputo queixaram-se esta sexta-feira (15), de concorrência desleal com a entrada de um serviço de táxi através de uma plataforma móvel designada Yango, considerando os preços praticados “muito baixos”.
“Esse aplicativo veio baralhar tudo o que é táxi e todo o processo de trabalho. Para quem tem o aplicativo da Yango, o preço está muito baixo e está a ferir a classe convencional de táxis”, disse Evaristo Sabonete, vice-presidente da Associação dos Taxistas por Aplicativo de Moçambique (ATAM), durante uma conferência de imprensa conjunta com a Associação dos Taxeiros da Cidade de Maputo (Ataxcima).
Segundo os taxistas, citados pela Lusa, o aplicativo Yango cobra entre 12 e 18 meticais (17 e 25 cêntimos de euro) por quilómetro, contra os 62 a 100 meticais (89 cêntimos e 1,4 euros) cobrados pelo táxi convencional, preços considerados insustentáveis.
“Todo os condutores, não digo só do táxi convencional, mesmo do táxi por aplicativo, não estão a conseguir sustentar a sua viatura e a sua família”, disse Evaristo Sabonete, pedindo a intervenção do Governo para resolver a situação.
O presidente da ATAM quer que se crie uma plataforma de diálogo entre os operadores de táxi convencional e os de aplicativos para que se definam “valores justos”, considerando que a plataforma “não está a beneficiar nenhum motorista”.
“A Yango neste momento não está, na verdade, a promover a dignidade da classe dos motoristas de táxi por aplicativo”, afirmou o responsável.
As associações referem que foram feitos contactos com algumas instituições do Governo, entre as quais o município de Maputo e o Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), para a uniformização dos preços dos táxis.
“Um preço justo por táxi por aplicativo seria de 80 meticais (1,1 euro) por quilómetro e o táxi convencional podia continuar com os 100 meticais (1,4 euro)”, preço aplicado desde 2015, disse Luís Mondlane, presidente da Ataxcima, durante a conferência de imprensa.
O Yango está em Moçambique há menos de dois anos, definindo-se, na sua página de Internet, como “um serviço de informações, não um prestador de serviços de transporte e táxi. Os serviços de transporte são fornecidos por terceiros”.