O director do gabinete do projecto Mphanda Nkuwa, Carlos Yum, disse esta segunda-feira, 11 de Março, durante uma palestra aos estudantes da Universidade Pedagógica (UP-Maputo), que espera que a hidroeléctrica comece a operar em 2031.
“Prevemos que em 2031 o projecto possa estar em operação. Para a construção da hidroeléctrica são necessários cinco a seis anos, pois tem duas infra-estruturas: uma que é a central hidreléctrica, a outra que é a linha de transporte de alta tensão, entre Tete e Maputo, de 1350 a 1400 quilómetros”, disse o responsável.
Na mesma ocasião, Yum explicou que o País conta fechar o financiamento para a implementação do projecto até ao final do ano. “Neste momento, estamos a tratar de matérias específicas das manifestações de interesse de financiamento ao projecto. Podemos dizer que as coisas estão a correr bem”.
A fonte disse ainda haver “um apetite forte de várias instituições financeiras de desenvolvimento em financiar o projecto”.
Do valor total de cinco mil milhões de dólares (4,5 mil milhões de euros) necessários para a construção da infra-estrutura, 1,3 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) serão desembolsados pelo consórcio que vai gerir o empreendimento e o remanescente por instituições financeiras que vão assegurar o fecho financeiro, até finais deste ano.
“A dimensão do projecto requer instituições com capacidade financeira”, avançou o responsável, acrescentando: “é um empreendimento crítico para a estratégia de transição energética, tendo em conta que a hidroeléctrica será alimentada por uma fonte renovável, que é a água”.
O director do gabinete do projecto assinalou que a construção da infra-estrutura tem acauteladas as dimensões da sustentabilidade ambiental, social, económica e financeira, com base na interacção que tem havido com todas as partes relevantes, incluindo as comunidades da região onde o empreendimento será construído.
Carlos Yum observou que a infra-estrutura contribuirá para a política de inclusão energética de Moçambique e aumentará um excedente à altura de consolidar a posição que o País tem como grande exportador de energia na África Austral.
Em Dezembro último, o Governo moçambicano e um consórcio liderado pela Electricidade de França (EDF) assinaram acordos para a implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkua. Além da EDF, o consórcio internacional é constituído pela petrolífera francesa TotalEnergies e pela japonesa Sumitomo Corporation, detendo conjuntamente 70% da hidroeléctrica.
Em representação do Estado moçambicano, detêm os restantes 30% a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) e a Electricidade de Moçambique (EDM). Mas mesmo com a entrada em funcionamento de Mpanda Nkua, a HCB continuará a ser a maior do País, com capacidade de produção actual de 2075 MegaWatts.