Os distúrbios financeiros são padrões persistentes, previsíveis e frequentemente rígidos de comportamentos autodestrutivos, relacionados com dinheiro, que podem assumir diferentes formas.
Podem causar stress, ansiedade, sofrimento emocional e incapacidade em áreas importantes da vida.
Conheça alguns dos mais comuns, lembrando que nunca é demais recorrer a ajuda profissional.
Gastos compulsivos
É um dos mais comuns distúrbios financeiros e acontecem quando a compra de algo (ou seja, o acto de gastar dinheiro) faz com que o seu cérebro liberte endorfina e lhe traga uma sensação de satisfação e prazer.
Geralmente, os compradores compulsivos arrependem-se dos gastos no momento em que se deparam com o estrago causado no orçamento – mas recuperam desse arrependimento voltando a procurar aquilo que os faz sentir bem: compras.
Acumulação
Há quem acumule o próprio dinheiro, por se sentir bem a vê-lo crescer, e há quem acumule objectos. Neste último caso, que é mais fácil de detectar, os objectos tendem a parecer inúteis ou desnecessários a qualquer pessoa, menos a quem os tem.
É também possível que o acumulador junte ao seu distúrbio alguns comportamentos de compra compulsiva, porque quer acumular sempre mais, independentemente dos problemas de dinheiro que isso lhe possa trazer.
Vício do trabalho
Talvez nunca tenha pensado nisto, mas um workaholic pode ser assim não por gostar de trabalhar, mas porque é ansioso com o dinheiro e acha que nunca tem o suficiente para se sentir seguro – obrigando-se a trabalhar sempre mais para poder juntar mais. Nestes casos não há problemas de dinheiro visíveis, mas manifesta-se o desequilíbrio entre a vida profissional e a familiar.
Vício do jogo
Jogadores frequentes, que não conseguem saber quando parar, acabam quase sempre embrulhados em problemas de dinheiro. Gastam o que têm e o que não têm porque o mistério (será que ganham, será que perdem), misturado com alguma fé (“desta vez é que é!”), os impede de parar.
Infidelidade financeira
Casais em que um elemento esconde informação financeira do outro estão a braços com problemas de dinheiro, mas também de confiança. Acontece quando um dos elementos não consegue confiar no outro para gerir as finanças dos dois e, por isso, fica “agarrado” a uma parte do património porque só assim sente que ela está segura.
Permissividade financeira
É a incapacidade de dizer “não” quando alguém lhe pede dinheiro. Acontece quando, por exemplo, os pais cedem repetidamente aos pedidos dos filhos ou quando empresta dinheiro a um familiar sempre que este está em apuros.
Este distúrbio prejudica não só quem dá, uma vez que acumula responsabilidades (e muitas vezes dívidas) que não são suas, mas também quem recebe, tornando-se financeiramente dependente e incapaz de aprender a gerir o seu dinheiro de forma autónoma.
Dependência financeira
Muitas vezes os problemas de dinheiro resumem-se ao facto de depender do suporte financeiro de alguém. Esta dependência cria ansiedade e desilusão com uma vida que não sente estar totalmente em controlo, e pode levar a cenários de depressão.
Incesto financeiro
Acontece quando os adultos envolvem crianças nos processos financeiros para escaparem à responsabilização. Um exemplo é quando os pais, sabendo que a chamada que estão a receber é do banco, pedem às crianças para atenderem o telefone.
Negação financeira
Este problema surge quando já não consegue sequer enfrentar os seus problemas de dinheiro. Se não atende o telefone aos credores ou não olha para o extracto bancário para não ter de ver o saldo, por exemplo, está em negação financeira e precisa de ajuda.
Fonte: Ekonomista