O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou nesta terça-feira (27), que os raptos que têm acontecido podem trazer impactos negativos para a economia nacional, assinalando que a criminalidade pode retrair o investimento.
“Os raptos têm um impacto negativo, a insegurança pública retrai a vontade de investir, pois os que se sentem ameaçados acabam por desistir de um determinado investimento”, afirmou o representante do FMI em Moçambique, Alexis Meyer-Cirkel, à margem de um seminário com os deputados da Comissão do Plano e Orçamento da Assembleia da República.
Segundo o responsável, a entidade que representa ainda não realizou um estudo específico sobre o impacto dos raptos na economia moçambicana, mas frisou que aguarda “com interesse” os resultados de uma avaliação que a Confederação das Associações Económicas (CTA) está a fazer.
Em Janeiro, o Presidente da República, Filipe Nyusi, afirmou que o Governo já está a trabalhar no sentido de mobilizar recursos para activar a brigada anti-raptos, por forma que se evite que mais pessoas sejam vítimas, revelando que existem grupos de agentes que estão a beneficiar de uma formação dentro e fora do País.
“Existem vários obstáculos que dificultam o combate aos raptos, mas estamos a trabalhar no âmbito da cooperação internacional a fim de estabelecermos vínculos de actuação conjunta. Estamos também a aprimorar os sistemas de vigilância e patrulha para as acções de prevenção e combate ao rapto e intensificámos a coordenação com as estruturas locais e os cidadãos em geral”, avançou o chefe do Estado.
Nyusi destacou ainda que está em curso a revisão dos quadros legais da Polícia da República de Moçambique (PRM) e Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) para adequá-los aos desafios impostos pelo crime organizado e transnacional.
“Estamos a estabelecer um mecanismo de colaboração com o sector empresarial nacional no âmbito da coordenação com o sector privado para a prevenção e combate a este fenómeno”, acrescentou.
Em 2023, as autoridades policiais registaram 13 crimes de rapto, dos quais sete consumados e seis frustrados pela acção policial e colaboração com as comunidades.