O Governo pretende dar início ao processo de descarbonização do sector dos Transportes, passando a apostar em veículos a gás e eléctricos, no âmbito da Estratégia de Transição Energética (ETS) aprovada no ano passado.
“A descarbonização do transporte urbano arrancará até 2030 em Maputo, com 15% dos transportes públicos a utilizarem fontes de energia mais limpas em vez de diesel. Entre 2030 e 2040, esta cifra subirá para 50% na capital do País, enquanto a quota nas regiões norte/centro será de 15% e nas restantes zonas urbanas da região sul será de 7,5%”, destaca o documento.
O mesmo sublinha que “em 2030, 1% do transporte rodoviário privado e 5% do transporte rodoviário de mercadorias vão passar a ser alimentados pela rede eléctrica”.
No que diz respeito à descarbonização do transporte ferroviário, o plano do Executivo prevê uma “transição gradual, saindo do diesel para a energia renovável, arrancando até 2030 com a duplicação e electrificação da linha sul de Ressano Garcia, a principal fronteira do País, com a África do Sul”.
O documento recorda ainda que “Moçambique depende fortemente de combustíveis importados para abastecer o sector dos Transportes, actividade quem tem impacto negativo na balança de pagamentos, expondo o País às flutuações cambiais e de preços, além de emissões de dióxido de carbono”.
“Em 2020, 100% do gasóleo e da gasolina utilizados nos transportes foram importados, resultando num custo de 482 milhões de dólares, o que equivale a 8% das importações desse ano e a 3% do Produto Interno Bruto. A área dos Transportes é responsável por 84% do consumo doméstico de combustíveis fósseis”, destaca.
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou, a 27 Novembro passado, investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) na Estratégia de Transição Energética, a implementar até 2050.
No período entre 2024 e 2030, o Governo moçambicano prevê adicionar 3,5 GigaWatts (GW) de nova capacidade hidreléctrica através da modernização das centrais existentes e da conclusão do projecto hidreléctrico Mphanda Nkuwa.
Vai também “expandir e modernizar a rede nacional” para “absorver o aumento da geração renovável”, bem como “impulsionar a energia solar e eólica” através de um programa de leilões de energia renovável e avançar na construção de “parques industriais verdes e corredores habilitados por energia limpa, confiável e acessível”.